sexta-feira, dezembro 7

Teste 073

"Talvez exista um céu, como dizem, um lugar onde tudo o que já fizemos está anotado e registrado, calculado nas enormes balanças do karma. Talvez não. Talvez essa coisa toda seja apenas uma grandiosa experiência conduzida por alienígenas que acham divertido esse nosso oba-oba humano. Ou talvez sejamos um projeto abandonado que foi iniciado por uma deidade que caiu fora há um tempão, mas nós ainda estamos programados para acreditar, para tentar encontrar sentido num mundo aparentemente aleatório. Talvez todos nós façamos parte do mesmo ensopado do inconsciente, sonhando os mesmos sonhos, compartilhando as mesmas esperanças, precisando da mesma conexão, tentando encontrar e errando, tentando de novo - cada um de nós encenando os nossos papéis nos roteiros dos outros, apenas um enorme novelo humano todo embaraçado. Talvez seja isso."
Libba Bray em "Louco aos Poucos"

Beijocolates,
#V

quinta-feira, novembro 29

Teste 072

Olá, olá, como estão todos? Andei lendo umas postagens jurássicas aqui na Fábrica e sinto que meu tanquinho rendeu mais com as gargalhadas do que renderia com uma série de abdominais - juro! Ainda bem que crescemos, apesar da síndrome do Peter Pan, e aprendemos coisas novas a cada dia - só assim pra aliviar os meus "vc", "psoa", "eae" e "chingar", porque, né...
Mas vamos falar mais sobre o passado.
Vamos falar sobre...
EX.NAMORADOS

Sim, sim, ex-namorados. Há ex-namoradas, também, mas não posso falar delas, pois nunca as tive.
Namorar é divertido, na maior parte do tempo: há todas aquelas piadas que só os dois entendem e a simplicidade com a qual ficam felizes. Trocam juras de amor e beijos devotos, crentes que jamais saciarão o desejo da companhia um do outro. O desapego vem espreitando, perigoso, sem ser notado pelo casal, provocando tropeços e salientando defeitos - antes charmosos - com os quais não se pode conviver.
E então a paixão perde força e intensidade, vai minguando, discreta... quando nos damos conta, já é tarde demais; estava acabado e não tínhamos percebido! Nos perguntamos como pudemos ser tão tolos, cegos e medíocres, mas a verdade é que já sabíamos - de alguma forma intuitiva, já sabíamos que o romance tinha chegado ao fim.
Términos causam felicidade, alívio, saudade, tristeza, raiva, desespero, entusiasmo, perdas (de peso ou de amigos) ou ganhos (de peso ou de amigos). Sempre reagiremos de forma diferente, dependendo de quem foi aquele certo alguém em nossas vidas.
Às vezes, colocar um ponto final em uma historia de amor acarreta fins trágicos de amizades agregadas - esses amigos-da-namorada-ou-do-namorado que acabam simpatizando com a gente (bem, a simpatia acaba por aí). O modo como cada um supera ou tenta enfrentar o "tchauzinho" varia, dependendo dos dois envolvidos.
É provável que você só consiga olhar para trás e odiar-se por todas as coisas mais odiosas que lhe foram feitas. Neste momento, peço-lhe que lembre-se também dos bons momentos. Das músicas que ouviram juntos, das noites insones, das sessões de cinema desperdiçadas, dos risos repentinos... Admita uma coisa: até que a metade da sua laranja era bem legal; afinal, se não fosse, por que raios se apaixonaria por ela, não é mesmo?
O que acontece em grande parte dos rompimentos é um declarar morte ao outro - e o ser, tão amado por tanto tempo e com tanta intensidade, é declarado morto, simplesmente. O indivíduo deixa de existir na vida de quem o matou psicologicamente: nada de sorrisos, nada de compaixão, nada de novidades, nada de cumprimentos educados - nada. Nada: ausência de tudo - me parece ser algo gigantesco. Pois como pode alguém ser nada na sua vida? Deve ser alguém importante - ou deve ter sido, um dia.
Durante os relacionamentos amorosos, um laço íntimo de amizade é criado entre os envolvidos: é ela para quem ele telefona, é ele em quem ela pensa... Mas e depois?
Criou-se uma lei boba: devemos esquecer aqueles que se foram. Deste modo, parece que estamos tratando de falência, mas espero que entenda o que eu quero dizer. Nos é dito, desde o ventre, que temos de superar quem nos quis mal um dia. Superar: tornar-se superior - quanto egocentrismo de nossa parte, não? Viveríamos mais em paz sendo altruístas e humildes, sorrindo sem segundas intenções.
A felicidade seria bem mais fácil se não fôssemos tão vaidosos.
Todas as pessoas do mundo têm algo bom dentro de si, até mesmo a "chata" da sua vizinha. Você é o porre da vida de alguém, também, não pense que brilha no escuro. O ex-namorado tem qualidades que superam muitos de seus defeitos - e quero que saiba disso. Você não precisa apaixonar-se por ele, mas precisa confessar que ele é uma boa pessoa. Sabe aquelas saudades lamentáveis do bom amigo de um tempo atrás? Por que continuar fazendo pose de forte, se a única pessoa a perder com isso é você?
Chame. Pergunte como vai. Ofereça um de seus melhores sorrisos.
A amizade pós-experiência amorosa não é estranha, é maravilhosa! Contanto que você permita a si mesmo provar dela, verá quão boa é. Não vou lhe esconder os riscos, porque sei que cada um é cada um e, como já disse, as pessoas reagem de modos distintos: mas por que não tentar?
Se um testemunho é válido nessas horas, terei orgulho de anunciá-lo: dois de meus melhores amigos são ex-namorados (meus) e isso - infelizmente - não os faz poupar detalhes sobre o que andam lendo ou o que andam sentindo; não me arrependo de nada que tenha feito! Alguns rolos enrolaram-se, mas a amizade, ainda que enevoada, perdura. Um coleguismo relutante devido à praga do primeiro amor e, por fim, se nada na vida são flores, admito meu fracasso: não pude manter um outro próximo por muito tempo. Mas sustentarei de cabeça erguida e um sorriso no rosto - quem sabe ele não para de desviar o olhar?
Estou lhe pedindo que tente, faça um esforço, construa pontes, derrube muros, ultrapasse linhas, cruze limites, ouse, arrisque e abuse da sinceridade - vale a pena. Entenda se a resposta a seus apelos não for muito boa: reconciliações exigem um grau de maturidade que a muitos falta. Não sinta a culpa cair sobre seus ombros pela rejeição, mas permita-se exultar ao conquistar o que cobiça.
Ainda estou falando de amizade - a amizade, indiferente a todos os fatores, é maravilhosa.
"Até o erro mais irremediável é mil vezes melhor do que nunca tentar" - Grey's Anatomy

Beijocolates,
#V
P.S.: sobre a tensão sexual que rola no ar, passa com o tempo, prometo! Mas seja forte e resista, a Lei de Murphy só quer que tudo dê errado, hahaha.

sexta-feira, novembro 16

Teste 071

Devido a forças maiores (e, francamente, de porte emocional coagido), a textura desse texto talvez lhe pareça confusa - então faça o possível para compreender as palavras mal torcidas e ríspidas, cujos filtros estou, ao máximo, eliminando.
O tema remoto e audacioso é perda e arrogância, e como os dois estão tão puramente ligados um ao outro.
Somos eternos medrosos. Temos medo de não fazer a vida valer, mas temos medo de fazer a vida valer, também. Sabemos toda a ladainha por cor: devemos nos arriscar e viver cada momento como se não houvesse amanhã. Claro. E se não houver mesmo um amanhã? Mas aí surge um novo problema - e bem grave: hipóteses. Hipóteses são essas suposições medonhas que podem ser verdadeiras (como a intuição feminina) ou falsas, embora não se saiba que são falsas (como quando você vive uma historia de amor dentro da própria cabeça, na qual vocês dois se amam e serão felizes para sempre - só de gancho, não existem finais para um mundo que não para), e estas últimas magoam. Magoam porque trazem esperanças a um coração e, logo depois, decepção. É como bem já disse minha professora de Literatura, acerca de uma obra de Machado de Assis, "só nos magoam aqueles a quem amamos; não por falta de amor, não por covardia, mas por decepção." De fato, vivemos otimistas quanto a tudo, embora neguemos isso com toda a convicção que podemos forjar. "Vai dar tempo", "você tem chance", "lute", "você só precisa conquistar 5,7 na última prova", "você consegue", "espere amanhã"...
E voltamos para o amanhã, para o tempo - o tempo que não para. (E, "dia sim, dia não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão.")
Talvez nós devêssemos deixar de ser hipócritas e realmente nos arriscar. Por mais que doa, machuque, rasgue e faça chorar - ainda assim. Se o tempo é o melhor remédio, saiba que com ele virá tudo o mais que nos for necessário: um ombro amigo, um escape, um para-quedas.
Cair faz parte do aprender a andar - minha experiência cômica de jamais cair quando bebê me despreparou para a primeira queda: tenho os dois dentes dianteiros meio lascados até hoje (juro!) -, então, se já sabemos disso e se já espalhamos a ideologia a todos, julgando ainda como "frescura" cada passo em falso por timidez e derivados, por que continuamos nos negando a tentar, amedrontados com a ideia de errar e perder?
A vida não é um jogo. Nada se tem por perder ou ganhar - não se trata disso. É algo conjunto, em grupo, embora o egoísmo traiçoeiro insista em cobiçar um prêmio - pois qual seria?
Não pense que eu sou um exemplo de atitude e altruismo - estou bem longe disso -, mas tenho consciência disso, e tenho consciência do tic-tac desesperador de meu relógio, apressado, e vou lhe dizer uma coisa: não perca tempo queixando-se das dores e dos arranhões que conseguiu com a queda; apresse-se em se reerguer, recuperar o equilíbrio e tentar, mais uma vez.
Caia 1, 2, 3... Caia mil vezes, mas levante-se mil e uma vezes.
Não apenas conserve-se de pé: ofereça ajuda aos que também tropeçaram, estenda uma mão. Carregue a coragem dentro de si e faça-a se espalhar, silenciosa. Temos que viver, viver agora, sem mais pensar. A vida é feita de riscos - se não nos arriscarmos, bem..., não estaremos vivendo.

"O destino está dentro de cada um de nós." - Merida (Valente)

Beijocolates,
#V

quinta-feira, novembro 8

Teste 070

Acontece, assim, de repente.
É bobo, é banal - talvez.
Tudo é ridículo vindo de um apaixonado - quando não estamos apaixonados.
Os poemas mal escritos, quem sabe.
Sonhadores - imaginam milhares de possibilidades.
Extremamente calculistas: qual o próximo passo?
E se...

Neurose existencial: e se?
Esperança reanimadora: e se?
Se um sorriso faz palpitar um coração apaixonado...
O nervosismo vem com força total - péssimo!
Gestos simples e comuns, ganhando, aos poucos, alta complexidade.
Universos paralelos infelizes, contaminando realidades.
Afogando desejos sem direitos equalitários.
Enamorar-se totalmente - embriagar-se.
Mergulhar em um profundo mar de sentimentos e sensações - misturadas, puras, poluídas.
A dor e a alegria se fundem - ego e ID lutando com o superego para ficarem juntos.
Um beijo suave, delicado, no rosto - e então o acordar.
Ao lado do amado, apenas a incerteza; quanto ao sonhador? Divagando em sua própria cama, lutando para voltar ao sono.
Fantasias perfeitas acabadas por um piscar de olhos - assim como começaram.
Quanta besteira! - Não percebe?
Apaixonar é bom e necessário - eleva a imunidade!
Desvaloriza-se quedas e fracassos, mas os ínfimos momentos particulares de felicidade radiante - estes já salvam qualquer machucado.
Não é perfeição, é vida.
Altos e baixos, subidas e descidas suntuosas - a adrenalina jorra nas veias como nunca.
Apenas uma frase incompleta e variável - embora constante.
Tortura a alma e perturba a sanidade - "e se...?"
Arrebente correntes, quebre barreiras, atravesse obstáculos - e sofra um pouco, se por consequência.
Mas lute - e não desista.
Se permita ser um fraco forte - umm fracote?
Um amante, apaixonado...
Deixe estar, apenas - não se preocupe com o próximo passo.

De maneira esquisita, tudo acaba sendo como deve ser - se assim se quer.
Espontâneo, figurado - você, sem neuras.
Amar não é difícil - se é feito com sossego, é tão natural (fácil?)
E mesmo os mais sábios poetas - tanto amaram, tanto se decepcionaram...
Por que não experimentar? - Arrisque-se.
E quem sabe não é o mais maravilhoso petisco que já provou na vida?

Beijocolates,
#V

domingo, novembro 4

Teste 069

Historias momentaneamente suspensas - quem sabe qual balanço domina um coração?

Todo mundo merece umas férias de si mesmo, de vez em quando - quem concorda comigo? Viver na mesmice cansa, inovar é necessário. Tantas regras impostas e tantos detalhes inatingíveis; qual é? Vamos apenas viver!
Rir alto dos rostos repreendendedores quanto à sua gargalhada exagerada é quase tão terapêutico quanto nadar em uma piscina de gelatina (a propósito, que delícia deve ser! Fiquei morta de vontade depois de ler "Se Houver Amanhã", do Sidney Sheldon - quantas mais maluquices devem haver por aí? Haha), é prazeroso, faz bem.
Vestir umas roupas largadas, não usar sutiã, e desabar no sofá para ver uns filmes cujos títulos são bem atraenes, mas dos quais você nunca ouviu falar - provavelmente serão todos maravilhosos, acompanhados de pipoca ou qualquer outro tipo de besteira mastigável, como leite condensado. (Céus, tudo fica bem com leite condensado!)
Ou quem sabe tomar um bom banho e passear, à deriva, com roupas frescas, sem um rumo certo. Apenas andar por aí, só, pensando na vida, mas sem muito tempo para pensar - ocupado demais se desviando dos carros e observando os jardins bem cuidados da vizinhança.
Talvez você carregue algumas notas no bolso e tope com uma sorveteria bem bacana - ao lado dela, a casa da melhor amizade (coincidência?). Visita surpresa numa tarde inicialmente vazia, começando a ser preenchida com fofocas, jogos e música. Uma recuada se o amigo não estiver em casa - quantas outras pessoas podiam acompanhar sua ida à banca de revistas?
Viajar em uma enorme livraria, bem no centro da cidade, e passar horas a fio folheando todos os livros que provavelmente esquecerá de comprar mais tarde. Coleções infindáveis que enchem os olhos de cobiça, mas o mar quebrando suas ondas na praia...
Sentir a brisa bater no seu rosto, salgada, e emaranhar os cabelos, deixar as roupas pesadas e desalinhadas.
Provar a chuva, sem se preocupar se vai pegar um resfriado - talvez dançar, sentindo o corpo ensopar-se.
Gritar o mais alto que pode, escutando o mínimo eco que os altos prédios da cidade deixam voltar - e provavelmente as reclamações dos vizinhos.
Viver, sem medo de ser feliz ou de errar - sem medo de cair, porque sempre poderá se levantar.

Beijocolates,
#V

domingo, outubro 14

Teste 067

Essa historia é de longa data, antiga, de uma época na qual confiávamos em estranhos bem intencionados e as críticas machistas à moral feminina se dissipava, mas ainda era sensível.

QUEBRE A EXCEÇÃO
(Pedro e Alice - nomes meramente ilustrativos)

O dia estava morno e agradável; a brisa, suave, arrastava consigo o queimor dos raios solares, brilhantes e cegos. Tudo exalava um aroma adocicado, como quando se retiram biscoitos do forno. Cães passeavam, junto a seus donos, satisfeitos com a caminhada, enquanto atletas praticavam cooper na pista paralela. O parque estava repleto de famílias sorridentes, estendendo toalhas sobre a grama verde, bem cuidada, para um bom piquinique.
"Vamos, Clara, você consegue!" Estimulou Alice, rindo da adolescente que se desdobrava para rebater a bola. Estavam jogando frescobol, gargalhando das habilidades precárias e comuns às duas, quando um homem aproximou-se, em uma moto, tímido.
"Com licença, você gostaria de dar uma volta comigo?" Perguntou, inocente, esperando por uma resposta - e que fosse de seu agrado. Alice virou-se para a outra, duvidosa, e voltou o olhar para o desconhecido à frente.
"Qual seu nome?" Indagou, curiosa, ao homem de vestes quadriculadas e óculos de armação grossa. Teria, no máximo, 36 anos, não muito mais que ela, e portava um sorriso encantador.
Ele estendeu a mão direita, a fim de cumprimentá-la, e fez uma reverência atípica, engraçada, ao responder: "Pedro é o nome pelo qual atendo." O ar irônico não lhe abandonava os olhos negros, nem um instante sequer.
"Alice é o nome dela" clamou Clara, fazendo a companheira corar pelo objetivismo, e encolheu os ombros quando percebeu a repreensão muda da morena alta, embora de menor estatura que a primeira. Pedro fitava-a, empertigado com o mistério que aparentemente cercava o rosto juvenil dela.
Alice, enfim, sentou no assento da motocicleta e agasalhou as mãos frágeis, macias, nos bolsos da jaqueta de seu recém-apresentado, que, por uma fração de segundo, esqueceu-se de como girar a chave na ignição.
O motor rugiu e o vento começou a bagunçar os cabelos caramelo de Alice, graciosos, como a tal. Rodaram pela grande cidade, sem trocar palavras em meio ao som dos carros passando ao lado, zunindo à resistência física do ar. Quando voltaram ao parque, Clara lia, sossegada, com as costas apoiada em um tronco de árvore. Ela ergueu os olhos na direção dos dois e sorriu, feliz, as madeixas escuras e encaracoladas derramando-se por suas costas.
"Nós podíamos tomar um café" ele sugeriu à mais velha. Alice analisou-o com o sorriso costumeiro e assentiu, ditando-lhe onde poderiam encontrar-se às cinco da tarde. Despediram-se e ela abraçou Clara, satisfeita.
Encontraram-se seis horas mais tarde, em uma cafeteria próxima à casa onde vivia Alice.
"Sua irmã me pareceu bastante simpática" comentava Pedro, bebericando a xícara fumegante de café torrado. Notando a inquietação de sua acompanhante, tomou uma expressão preocupada para si. "O que há, Alice?" Ela soltou o ar de forma pesada e inclinou-se um pouco mais à mesa, hesitante.
"Ouça, Pedro, não sei por que lhe contarei isso, mas peço que não me julgue, está bem?" Ele consentiu, esperando que continuasse. "Clara é minha filha, não minha irmã mais nova. Fui mãe antes da hora e me divorciei, mas..." O homem parecia abatido com a notícia, quase chocado. Endireitou-se na cadeira e remodelou o rosto, com ânimo.
"É uma ótima filha" ele corrigiu, e o sorriso em seus lábios fez sorrir também Alice, em paz memorável.

***

Se foi fácil? Não foi nada fácil. Naquela época, era impura a mulher divorciada, e as críticas da família de Pedro, além da pressão de todos mais, quase os fez desistir - quase. Lutaram como lutam idealistas: contra o mundo, mas conseguiram. Por carinho indubtável, Clara chama de pai o pai de seu irmão mais novo, Lucas, e de tal forma Pedro adentrou a família que não mais se imagina como seria sem ele. O casamento de Alice e Pedro dura até hoje, estão nas bodas de pérola e seguirão às de vinho, se a vida os deixar. O amor brota em novidade a cada dia, e a paixão que parecia frágil e condicional, hoje, a mim, é referencial de persistência.
Não desista nos primeiros obstáculos, vale a pena.

Beijocolates,
#V

terça-feira, outubro 9

Teste 066

OU CONSEQUÊNCIA
(Giovanna e Felipe - nomes meramente ilustrativos)

Ela consultou o relógio mais uma vez, impaciente.
Os risos, altos e escandalosos, faziam ser ouvidos por toda a sala aberta, imensa, mas ele parecia não notar a garota acanhada ao canto, muda.
Levantou-se, vagarosamente, de onde estava sentada, apanhou os cadernos e se pôs a caminhar, frustrada, pelos corredores ensolarados do colégio.
"Gio!" Ouviu chamar, depois de muito tempo passado, e tentou não sorrir ao ver Felipe então correndo em sua direção.
As primeiras gotas de chuva espalharam por suas camisetas, manchando o tecido.
Os corações desritmados, desesperados, mergulhavam no beijo que seguiria, devoto, apaixonado.
Giovanna o olhou com atenção, sentindo a água cair sobre os cabelos com mais intensidade.
"Me namora." Felipe professou, sem ar interrogativo ou qualquer ar que fosse.
Ela sorriu, apenas, puxando-o para mais perto, e um arco-íris formou-se, tímido, com o sol exibindo-se por entre as nuvens pesadas.
O mundo parecia girar ao ritmo de uma música em particular.

Beijocolates
#V

segunda-feira, setembro 10

Teste 065

TIMIDEZ DESFERIDA
(Beatriz e Gustavo - nomes meramente ilustrativos)

Era a primeira vez que aquilo acontecia.
O grande grupo de universitários enfim dispunha de todos os integrantes solteiros; tinham que comemorar. A prima de Victor, um dos estudants de engenharia, finalmente superara o fim dramático de seu último namoro, e foi convidada à festa sem qualquer hesitação. As luzes agitavam-se, misturadas aos corpos dançantes espalhados no grande salão; a música era ensurdecedora. Quando Beatriz chegou à danceteria, estava decidida a, no máximo, trocar alguns beijos frios - "Ou nem mesmo isso", pensou ela, distraída. Encontrou Victor no bar e foi conduzida até o grupo de amigos, trocando sorrisos desajeitados que mencionavam o prazer que tinham em conhecerem-se.
Beatriz já havia dispensado uma dúzia de pretendentes quando um homem alto se aproximou, alegre, com uma pequena garrafa de cerveja em cada mão. Ele a chamou e ela o encarou, atordoada. Podia jurar que nunca o vira antes, mas ele lhe tratava como íntimo. Pediu para que segurasse ambas as garrafas por algum momento e alargou um sorriso bonito.
"Gustavo" anunciou, cortês. Beatriz observou-o atentamente, sentindo o suor gelado do vidro em suas mãos. "Não fomos devidamente apresentados, mas faço parte daquilo ali" meneou a cabeça em direção ao grupo tumultuado no qual Victor se encontrava. Ela revirou os olhos, entoando um discurso sobre não estar interessada, mas não foi capaz de dar continuidade; ele tapou-lhe a boca. Se o mundo fosse como nos desenhos animados, Beatriz estaria vermelha e com uma veia estourando na testa, mas estava apenas com uma expressão desagradável: não o suportava!
As horas passaram e Beatriz corou ao se dar conta de que se divertia. Victor lhe chamou em um código genérico e familiar, ela lançou um último olhar para o novo amigo e lá se foi: era hora de voltar para casa. Enquanto ela dormia tranquilamente em sua cama alcochoada, desconhecia a realidade de quem conhecera mais cedo. Exausto, empriagado, mas empertigado. Adormeceu no sofá, mesmo, com as roupas com as quais chegara, e os dois esperaram, inconscientemente, que a manhã chegasse.
Um bipe despertou Beatriz de seus sonhos confusos e ela tateou, desajeitadamente, a cômoda, à procura do celular. O visor indicava que o número era desconhecido. Franziu o cenho e atendeu, preguiçosa. "Quem é?" resmungou, trôpega.
"Beatriz, é Gustavo, lembra-se de mim?" Ela acordou por completo ao ouvir a voz rouca do outro lado da linha; sabia que não lhe tinha dado qualquer meio para que voltassem a se falar, mas... "Será que você poderia me encontrar na sorveteria? Te encontro lá em uma hora, exatamente" e desligou. Beatriz fitou o telefone, desconcertada, sem saber bem o que fazer em seguida. Simultaneamente, Gustavo passeava pela casa apressado, arrumando-se; estava uma pilha de nervos.
***
Beatriz e Gustavo namoraram por sete anos e jamais se cansaram. Os amigos de Gustavo até hoje riem por Beatriz tê-lo apaixonado na primeira oportunidade que tiveram de assumirem-se todos descompromissados. Beatriz descobriu que Gustavo era um homem bastante tímido e que algo como puxar uma conversa com uma estranha não lhe seria possível nem mesmo depois de porre pesado; o destino sempre acaba dando o seu jeito de fazer as coisas acontecerem. Casaram-se há quatro anos e estão juntos há onze, mas ela ainda insiste em recebê-lo decentemente todas as noites, devidamente perfumada e doce. Os anticoncepcionais já foram abolidos da vida do casal e estão nos preparativos finais para a chegada de um filho.
Estão radiantes com a companhia um do outro.

Beijocolates,
#V

segunda-feira, setembro 3

Teste 064

Este episódio romântico relatarei de modo inteiro; não há muito do começo nem do fim, mas muito da melhor e da pior partes. Divirtam-se!

CONCEDA-ME UMA DANÇA
(Higor e Virgínia - nomes meramente ilustrativos)
Havia quase um mês desde que acabara, mas ela não conseguia evitar a nostalgia que a acometia sempre que ele adentrava seu campo de visão. Higor. O garoto que lhe prometera amar para sempre, que fizera planos e rira escolhendo os nomes para os futuros filhos. Virgínia correu apressada para o banheiro, sentindo uma pressão esmagando seu crânio: estava prestes a chorar.
Era uma manhã de quinta-feira e Virgínia mal conseguia respirar de tanta ansiedade, atravessando as ruas perigosamente distraída. Se aproximava cada vez mais do local combinado, e não o enxergava em lugar algum. Higor levantou-se, sorrindo, Virgínia desviou o olhar, encabulada. Cumprimentaram-se nervosamente, sem saber como deviam reagir na presença um do outro, e poram-se a andar, sentindo a maresia acabar-lhes os cabelos.
Virgínia apertou os olhos com força, negando-se a derramar mais uma lágrima, e recordou-se de si mesma sozinha, esquecida debaixo da chuva, soluçando. Não podia suportar a dor, mas não podia deixar que emergisse. Foi acometida mais uma vez por historias lassas que jamais teria de volta e tapou a boca para abafar um grito de pavor genuíno.
"Você está linda" ele disse, afastando os fios emaranhados do rosto dela. A garota sorriu, pouco convencida, e sentiu os braços envolverem-na com carinho raro. E sentiu-se completa e protegida, naquele abraço. "Nunca fui tão apaixonado por alguém" Higor declarou, os olhos procurando o amendoado que a si lhe parecia o tom claro dos olhos maternos. A face de Virgínia iluminou-se, e ela beijou-lhe suavemente os lábios, sentindo a brisa salgada envolver os dois.
As recordaçōes apaixonadas lhe pareciam golpear o estômago, cada vez mais forte. A enxaqueca aumentava gradativamente, assim como os minutos passavam, e lá estava ela, trancada em um dos sanitários individuais, mordendo os dedos em vã tentativa de acalmar-se.
"Sua filha me faz muito feliz" Virgínia corou, encantada, e seu pai admirava o casal apaixonado à frente, com um sorriso discreto e pouco petulante, ao vê-los selarem as bocas por frações de segundo. Higor fitou a namorada por um bom tempo, satisfeito e sinceramente feliz. Ele sabia que ela também sentia-se assim. Entrelaçou os dedos aos dela, acariciando-lhe a mão com o polegar, e levou o conjunto de encontro à própria bochecha, flertando de um modo bobo e fascinante.
A umidade não cessava e seus olhos pareciam cada vez mais perto de transbordar. Virgínia respirou lenta e pausadamente, mas não pode evitar um engasgo choroso. E não pôde mais aguentar.
O contato entre os dois era urgente e desesperado: um precisava do outro mais que tudo no mundo. Os beijos eram carregados de palavras, sentimentos e tudo o mais que jamais poderia ser explicado, mas já não havia tempo, ele teria de ir embora. "Só mais dez minutos, Gina..." e beijou, fracamente, todo o seu rosto, tentando-a. Ela tentou conter-se, exasperada, mas sentia-se mole demais para fazer qualquer coisa. Abriu os olhos de súbito, encarando-o, assustada, e empurrou-o levemente, deixando-o aturdido. "Céus, Higor, acho que amo você" e uniu as bocas mais uma vez.
Ela apenas deixou que as lágrimas escorressem, quentes, por seu rosto, sem mais detê-las. Não queria parecer fraca, mas sabia que não precisava ser forte: ninguém a observava. Os papéis arranhavam-lhe a pele, mas Virgínia continuava secando-a, secando-a... Até que os dutos lacrimais secassem por inteiro.
Um risinho masculino fez-se escutar pelo quarto de Virgínia e ela revirou os olhos, divertida. "Desculpe, amor, prometo não incomodar" Higor prometeu, e Virgínia sabia que não honraria a promessa. Voltou a atenção ao reflexo de seu rosto, tentando maquiar-se dignamente, e sentiu que um olhar pesava sobre si. Um beijo foi depositado em seu pescoço, enquanto as mãos envolviam-lhe a cintura por trás. Higor a fez ficar de frente para si, mas o movimento brusco fez o pó compacto cair no chão. Ela encarou o namorado de forma repreendedora, com os braços cruzados, e o fez ver a maquiagem destruída; Higor apenas sorriu e puxou-a para mais perto, ignorando os protestos que cessaram com o primeiro toque suave.
Virgínia levou algum tempo para estabilizar-se. Destravou a cabine, receosa, e lavou o rosto com a água fria disponível. Contemplou a face levemente inchada e avermelhada, e ergueu o rosto, destemida a encarar todo o turno que tinha pela frente. Uma última cena lhe passou à mente, mas ela pôde sorrir, adentrando a sala de aula. Desculpou-se pelo atraso, sentou-se à banca e abriu o caderno para tomar suas anotações.
O som era agradável aos seus ouvidos, o corpo era conduzido pela música. Higor aproximou-se, hesitante, e murmurou: "Virgínia, é um pouco constrangedor, mas... Eu não sei dançar isso, será que você..." Ela virou-se, divertindo-se com a falta de jeito do rapaz e o interrompeu, no meio de uma frase: "Mas é claro que sim."

Beijocolates
#V

quinta-feira, agosto 16

Teste 063

FRIAMENTE FELIZ
(Sara e Daniel - nomes meramente ilustrativos)

Sara chegou radiante de mais uma manhã lotada e atarefada, mas estava se sentindo culpada. O sorriso bobo em seu rosto denunciava o que lhe estava acontecendo, mas não fazia jus a quem realmente merecia os seus pensamentos esperançosos e lúdicos.
Ela desabotoou a camisa, jogou a farda no cesto e enfiou-se debaixo do chuveiro, sentindo as gotas rolarem pelas costas úmidas. O brilho nos olhos, hesitante e terno, a guiava por uma rotina costumeira, enquanto a tarde se esvaía. Sabia que a hora de falar com Daniel se aproximava a cada passada de pente pelos cabelos, mas não estava nem um pouco empolgada. Estavam namorando há três meses e era infeliz a distância curta entre as duas cidades que ela não queria percorrer. Eles se encontraram duas vezes e, já na segunda, ela sentia esvair toda aquela paixão que pareceu contagiá-los havia sete meses.
Ela obrigou-se a chorar um pouco, mas parou assim que se deu conta de que as lágrimas não tinham causa a ruptura iminente, e sim saudades. Saudades de Artur e do modo como o seu abraço a fazia se sentir segura. Culpou-se, desesperada. Jamais colocaria fim em uma historia se não pessoalmente.
Um bipe se fez ser ouvido pelo apartamento: eram sete horas da noite. Sara aproximou-se da tela do computador, sentindo o coração descompassar, mas uma onda de frustração a deixou acabada: era só seu namorado.
A conversa costumeira tomou outro rumo - um rumo triste, angustiante e idiota -, e não era Sara quem o estava conduzindo. Tentou controlar-se, verificando se lera corretamente as palavras misturadas e turvas pela euforia que acometia-lhe todo o ser, indevidamente.
Daniel acabara.
E ela estava radiante com aquilo.

Beijocolates,
#V

Teste 062

UM MUNDO PARTICULAR
(Amanda e Gabriel - nomes meramente ilustrativos)

A música era cada vez mais distante à medida que eles caminhavam pelos corredores abertos, cercados de jardins extremamente familiares. Amanda se sentia exposta ao frio e ao breu de mais uma noite de novembro; os shorts curtos e a camisa extra-grande não pareciam mais uma boa escolha.
Ela podia sentir todo o corpo pulsando, o coração bombardeando-lhe o seio esquerdo internamente e de modo tão intenso que podia prever o órgão transpassando-a. Evitava ao máximo encarar os óculos de Gabriel, mas sabia que ele a estava fitando. Estavam estranhamente tímidos e calados, podiam sentir as bochechas queimarem e arroxearem a cada passo dado. A respiração pesada e próxima de Gabriel perturbava Amanda de modo a enrijecê-la em hesitação.
"Eu já lhe falei o quanto lhe adoro hoje?" A voz rouca e masculina soou tão macia quanto os braços que então envolviam, quentes, a cintura dela. Amanda sorriu, ergueu uma das mãos e afastou os dois, chamando-o apenas com o olhar.
Ele a seguiu. Sentaram-se em um banco de cimento desgastado e conversaram por bastante tempo: e ela ainda sentia cada veia borbulhar em ânsia. Falaram sobre o clichê necessário, e ele indagou, risonho, o porquê da arritmia cardíaca que ele podia sentir em seus ombros.
Amanda sorriu e eles ergueram-se, dispostos a uma viagem rápida de algumas dezenas de metros. Afastaram-se do parque, em uma velocidade baixa e indecisa. Gabriel apenas parou para abraçá-la e beijar-lhe o rosto, mas, como que por natureza de seus organismos, as bocas uniram-se em um selo de confidência, e sentiu, por fim, a sensação engraçada e imprecisa em seu ventre. O frio, o desejo e a paixão que a assolavam, todos juntos em um misto de curiosidade repentina.
Era o beijo perfeito. Delicado, nobre, calmo e apaixonado; estavam a sós em seu próprio mundo, dedicados um ao outro e devotos a cada segundo de cumplicidade.

Beijocolates
#V

domingo, agosto 12

Teste 061

A muitos já contei estas historias de amor. Muitos ficaram encantados, alguns me mandaram escrever um livro, mas cá estou eu, tentando narrar, o mais romanticamente possível, esses inícios de relacionamentos apaixonados dos quais fui testemunha, ativa, passiva ou remota, e os eventuais fins dos mesmos, quando estes tiveram término. Não há ordem pessoal ou cronológica, vou escrever à medida que me venha à memória. Então comecemos a maratona.

ABRAÇO DE LONGA DATA
(Daniel e Sara - nomes meramente ilustrativos)
Sara assobiava fracamente, sentindo o estômago revirar a cada metro de ladeira que o Fiesta creme de sua mãe avançava.
Respirou longamente, buscando algum alívio para o nervosismo, e ouviu a gargalhada estridente de seu irmão mais velho vindo do banco do motorista; estava zombando dela. O sobrinho parecia inquieto no colo de sua mãe, e Sara ainda estava lívida quando João finalmente estacionou o carro a alguns metros da igreja. Ele a olhou e riu um pouco mais, fazendo dilatar a fúria que crescia em meio ao corpo embalado em tecido verde.
"Você está linda, Sara!" Elogiou-lhe a tia, logo na entrada.
Sara sorriu vitoriosa, pois sabia quão radiante deveria estar. Os cabelos devidamente escovados em um penteado que desabaria logo após o fim da cerimonia, presos por uma presilha não tão elegante que recorreu à cabeleireira, mal desviavam a atenção do longo vestido que usava, esverdeado, suave e extremamente desconfortável: ela sentia-se uma princesa, de fato.
Era segredo e ninguém jamais ficaria sabendo, mas a tensão que acompanhava a garota não vinha do casamento em si, mas de quem estaria nele. Com um calafrio, recordou as palavras de sua avó ao informar quão ansioso estava o cunhado da noiva, aquele garoto ao qual havia sido apresentada dois anos antes, e para vê-la.
Tudo aconteceu rápido demais ou devagar demais, mas, de alguma forma, lá estava Sara, cruzando a nave decorada em direção aos noivos sorridentes, carregando as alianças que selariam um vida cônjuge de felicidade e cumplicidade.
É provável que a recepção seja a parte mais esperada pela maioria dos convidados, o desespero nos olhos brilhantes e famintos dos então bem vestidos em ternos e trajes brilhantes era quase palpável. Sara remexia-se, rindo demais com o pavor que apossara-se dela: se deu conta de que os cabelos já estavam desastrosos. Seus olhos amendoados procuravam furtivamente pelos de Daniel, mas desviava do olhar do garoto sempre que pareciam perigosamente próximos. Como uma boa pré-adolescente, ela remexeu-se na pista apenas o suficiente para tentar chamar a atenção que não conseguiu roubar para si: todos estavam pasmos com ele.
"Já vamos" ela então ouviu a frase que mais temia escutar vinda da mãe.
Derrotada, esperou, em vão, um momento propicio no qual Daniel estivesse próximo à avó, para despedir-se, mas ele mal a notou. Ela tentou ao máximo ficar e só desistiu quando a buzina familiar soou do lado de fora.
Fracasso. Pesava sobre suas costas e a fazia arrastar os pés. Chegou à porta, vagarosa, e sentiu o coração acelerar em alerta subitamente, ao ouvir uma voz.
"Sara!" Chamou a voz, enquanto seu dono corria até o penteado desmanchado da garota. "Sara" ele chamou mais uma vez, acabado, e ela sorriu. Abraçou Daniel por tempo excessivo, ignorou o relógio e a culpa por atrasar a família e deixou-se envolver pelo conforto dos braços que procurou por tempo demais.

Beijocolates,
#V

domingo, agosto 5

Teste 060

Amor brota
Amor corre
Amor fala
Amor cresce
Amor pulsa
Amor motiva
Amor compartilha
Amor sorri
Amor justifica
Amor chama
Amor desregula
Amor canta
Amor dança
Amor forma
Amor paquera
Amor graceja
Amor contagia
Amor acorda
Amor age
Amor espera
Amor goza
Amor satisfaz
Amor persiste
Amor responde
Amor pergunta
Amor fala
Amor gesticula
Amor torce
Amor ama
Amor vibra
Amor vive
Amor não morre
Amor perpetua
Amor além dos horizontes e mares, amor louco, amor sem medidas
Amor
Do jeito que o amor tem que ser.

Beijocolates,
#V

quarta-feira, agosto 1

Teste 059

Querido, me desculpe.
A pouca experiência que tenho me impedem de ser uma parceira melhor.
Há coisas que parecem ser como andar de bicicleta, mas, apesar de não desaprendermos nunca, devemos lembrar que passamos um bom tempo com rodinhas e nos desequilibramos um bocado.
Estou atormentada, quase surtando.
Não sei como agir ou o que posso cobrar, me assemelho a uma dessas pirralhas da segunda serie, cuja tática de conquista resume-se a uma troca contínua de ignorância e sorrisos.
O medo do julgamento passou, a questão é conforto.
Quão confortável você estaria se eu lhe tomasse um pouco dos amigos?
Como posso lhe chamar para um dos almoços em família?
As coisas são tão reais e bonitas que chegam a nos por medo.
Quero abraçar-lhe, rir e conversar um pouco, como nos velhos tempos recentes, mas quando terei espaço para isso?
Me torturo e martirizo sobre a atenção que lhe dou, dia e noite, mal bebo água.
Me preocupo com minha saúde mental, com essa sanidade vestigiosa que aos poucos se esvai.
Um suspiro por vezes arranha minha garganta seca, me fazendo pigarrear um pouco e voltar para mais um desses episódios de How I Met Your Mother, e eu sorrio esperançosa.
Esperançosa não apenas porque hoje começa um novo mês de aulas, mas também porque... Bem, a esperança é a ultima que morre, é o que dizem.

#V

segunda-feira, julho 16

Teste 058

Dançar é contagiante.
Fui a uma apresentação de tango na Argentina, uma vez, e fiquei tão encantada com o contato, a química e a sincronia que agitava os dois corpos como complemento de um só que mal pude imaginar como os parceiros não se apaixonavam um pelo outro. Nos filmes e nos livros, é sempre assim que acontece, em um baile de máscaras ou à fantasia, o que me irrita bastante. Como em todos os filmes da Cinderela e suas mil e uma releituras, uma máscara parece o suficiente para que aquela garota, que o "príncipe", muitas vezes, já conhecia, torne-se absolutamente irreconhecível. É incrível - incrível, inacreditável, ininteligível - como a voz, os olhos, o cheiro, o cabelo, as feições, TUDO é anulado por uma simples máscara - pior ainda é aquele filme da Lucy Hale, em que ela cobre a boca com um lencinho de odalisca e o cara fica louco (LOUCO!) sem saber quem é aquela nobre dama misteriosa - fala sério! Apesar da irrealidade dos contos de fadas ainda estar presente em todas as novas historias, o fado de o "príncipe encantado" não ser mais um príncipe já é um grande começo. De qualquer modo, sabemos todos que nada desses contos veio a nós sem os dez mil filtros que a Disney impôs no meio do caminho. Uma vez alguém me disse que, se a Branca de Neve vivia com 7 homens, independente se são anões ou não, é quase óbvio que ela não pagava a estadia apenas com torradas e geléia - o que me chocou bastante, mas, se a Chapeuzinho era uma história de estupro e canibalismo e a Alice só viajava até o País das Maravilhas depois de muitos alucinógenos, não tenho por que discordar da prostituição da Branca de Neve. Algo que sempre me incomodou, na verdade, foi o fato de a Cinderela (ela mais uma vez) nunca ter procurado a justiça, alegando os maus-tratos e todo o abuso que sofria da madrasta - sem falar que, naquela época, uma mulher divorciada ou solteira com filhas já crescidas jamais tornaria a casar-se com um homem como o pai da Cinderela - porque ela teria toda a herança e um bom lar adotivo, além de colocar a vaca na cadeia.
Estou escrevendo sobre isso porque vivo ouvindo essas coisas do tipo "as princesas decepcionam as crianças" - o sonho da alma gêmea não parte apenas das meninas -, mas não vejo muito como. O lance do príncipe encantado é bem fácil de resolver, na verdade, o de ser príncipe vem da realeza, dos bons costumes, da boa educação, da nobreza da alma, digamos assim, e a historia de ser encantado não podia ser mais óbvia: quando nos apaixonamos, não nos encantamos? Esse encanto amoroso e romântico que nos acomete e nos deixa loucos, na verdade, é isso. Pois bem, então o protagonista da sua história de amor é um galanteador apaixonado; certo! Agora, a protagonista: nem sempre uma princesa, mas sempre com os traços delicados e graciosos de uma dama, isso que todos os pais e todas as mães lutam para que suas filhas sejam: BEM EDUCADAS. Claro que você tinha que ter dotes, como costurar, fazer torradas, ser aventureira ou o que quer que seja, mas isso nos dias atuais acontece se você quiser e for a fim. Então a heroína é uma menina carinhosa. A pala da bruxa, madrasta e todo o drama das irmãs do mal acabou atribuindo às nossas coitadas madrastas e adjacentes, mas está ligada, na verdade, ao que nos rodeia: às fofocas, aos julgamentos, às pessoas que não poem força no relacionamento e mesmo em nós, por assim dizer; o vilão é composto de todo um grupo de pessoas que lhe faz de bode expiatório. Maaas, como a vida é boa e valhe a pena, haverá sempre uma varinha de condão para nos resgatar das garras do mal: são aqueles que nos dão força e nos estimulam a ir à luta, embora, na maioria das vezes, digamos "que nada" e choremos convulsivamente, esperando alguma magia acontecer - e não irá, porque nós não acreditamos nela.
Portanto, temos os igredientes para montar um lindo romance: um galanteador apaixonado, uma menina carinhosa, algumas pessoas falsas e amigos e familiares cheios de sorriso e esperança. O problema é que, depois de sabermos ou não disso tudo, sentamos e esperamos algo fenomenal acontecer. Pois acredite quando disserem que o amor pode estar do seu lado, na fila do banco ou do supermercado, mas não ande como um esquizofrênico procurando o que devia vir com naturalidade. A paixão razoável que você sente podia ser um grande começo; escreva sua historia! De repente quem te chamou pra dançar ou te ajudou a se levantar quando você passou mal e desmaiou na fila do aulão do cursinho é o protagonista ou a protagonista desse lindo conto de fadas, e sabe o que mais? Essa coisa de carpe diem é séria, mesmo. Dê o seu melhor a cada segundo e se arrisque o máximo que puder porque - e eu garanto, porque já provei - os petiscos são deliciosos!

"Coisas boas vêm com o tempo. As melhores vêm de repente." - Gabriel Feijó, meu primo.

Beijocolates,
#V

quarta-feira, julho 4

Teste 056

É verdade que eu acabo de voltar da Chapada Diamantina e, ao invés de tentar escrever sobre emoções, descobertas, Deus e paisagens, venho a vós preparar um milkshake de chocolate sobre o que mais agrada sua língua: a fala.

Você fala sem pensar, sem saber, sem gostar, você simplesmente fala, independente se pré-meditou aquilo ou não. No fim das contas, as palavras que jorraram por sua boca foram exatas, diretas e corretas, e não as trocaríamos por nada nesse mundo - ou talvez trocássemos.
As frases que brotam sem sutileza alguma ou ricas em suavidade desaguam em um mar de complexidades que nenhum acadêmico poderia integrar em um currículo: gestos, tons de voz, caras e bocas... É engraçado como lemos e computamos cada sorriso - e como podemos discerní-lo de todos os outros - sem sequer sabermos que estamos fazendo isso.
O interesse e a simpatia entre duas pessoas se dá, como já foi dito pelo meu professor de Física (e eu nem queria lembrar do colégio agora), por gestos espelhados - veja só eu e minha mãe: eu começo a contar uma história de quase morte e ela já está com o rosto agoniado e semelhante ao meu.
Quando você e alguém de quem você gosta muito - hmmm... - estão conversando, é normal que gesticulem de modo a aproximar-se ou que o contato visual seja duradouro, além dos movimentos serem dados como em uma sincronia que, se fosse ensaiada, não seria tão perfeita.
É engraçado pensar que mesmo o toque e a intensidade dele diferem cada contato - há mil modos de abraçar alguém, e podemos, com um pouco de esforço, entendê-los. É como sorrir! Um sorriso apaixonado e cauteloso não é diferente de um sorriso intencional e objetivo? Bem, eu acho. Quando sorriem falsa e forçosamente, não machuca? Mas quando sorriem verdadeiramente, o coração da gente até esquenta um tantinho...
Sem contentar-se, o ser humano inventa códigos, teatros, linguagens, poesia, música, Literatura; e expressa-se como uma dança ou um jogo, ambos os corpos conectados e completos, movendo-se e comunicando-se de um jeito próprio e belo.
Racionalizar a comunicação só faz utilizá-la mais e mais: telefonemas, sonhos, mensagens, olhares - ah, os olhares... -, mas o que quero dizer é que... não quero dizer. Apenas olhe para mim e sinta tudo o que está no estreito espaço entre nós.

"Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua, qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria em estar vivo" - Jota Quest

Beijocolates,
#V

Teste 057

"Carpe diem" aconselhou-me meu irmão mais velho, quando eu sequer me preocupava com qualquer coisa. Pesquisando um pouco, o termo praxe que já teve maior ibope surgiu do epicurismo, corrente filosófica que empenhava-se em validar e valorizar cada momento singular da vida, por mais rotineiro que seja.
A busca pelo prazer cotidiano é bem aceita e tida como "interessante" por grande parte desta população mundial, apesar de serem poucos os que, de fato, procuram viver intensamente, dispostos a deixar-se à deriva, percorrendo os sinuosos caminhos que a vida lhes apresenta.
Há dezenas de livros, listas, filmes e frases sugerindo o que se deve fazer antes de morrer - o que você faria se hoje fosse o seu último dia em terra? Em geral se pensa que encarar uma morte tão próxima nos deve levar a ações extremas e radicais, como pular de para-quedas, transar com um desconhecido, gritar pela rua, declarar um amor antigo, entre outras coisas que, em sã consciência, jamais faríamos - "em sã", eu disse.
A ideia do "carpe diem" vem conjunta à de jamais confiar no amanhã, mas lhe estimula, apenas, a ser feliz nas mínimas coisas, como rir alto de uma piada sem graça ou mesmo comer sua sobremesa favorita.
Extrair o melhor de tudo sem receio por futuros arrependimentos é sorrir verdadeiramente a quem se ama; entregar-se a uma paixão improvável e por-se sob todos os riscos, sem se preocupar com nem um deles; deixar-se ser embalado pelo ritmo de cada dia e gargalhar com vontade ao flagrar-se dançando.
É fácil ser feliz, no fim das contas. Temos apenas que seguir, inadvertidamente, aquilo que nos arranca sorrisos, e sermos firmes perante os julgamentos dos desentendidos. Não há muito tempo, de fato, a ser gasto, apenas...

"Carpe diem, quam minimum credula postero" - Horácio

Beijocolates,
#V

quarta-feira, junho 27

Teste 055

Erramos
Choramos
Pedimos
Tentamos
Acreditamos
Enxergamos
Caímos
Esperamos
Olhamos
Sorrimos
Erguemos
Abraçamos
Choramos
Sentimos
Andamos
Corremos
Erramos
Pedimos
Tentamos
...
Vivemos
Sobrevivemos
Morremos
Ressurgimos

Beijocolates
#V

terça-feira, junho 19

Teste 054

AMAR OU NÃO AMAR:
EIS A QUESTÃO

Mas e os motivos pelos quais esta é indagada?
Prioridades ou medo?
Ei, você, que se magoou uma vez e jurou que jamais se apaixonaria desde então: quão lassas e falsas são essas promessas? Se tantos poetas e profetas já diziam que ninguém seria feliz nesta vida tendo amado um alguém, não me faço entender as razões ao discordar com realidades que todos tentamos esconder.
Pensamos naquele romance romântico, de fato - idelizado e perfeito, mesmo nas imperfeições.
Pois lhe digo uma coisa: não há como saber quem é certo ou quem é errado. Passamos a vida inteira tentando e errando, sofrendo e chorando pelo fracasso, mas - e sempre há um mais - por que ignorar a parte boa da coisa?
As cosquinhas no estômago que nem Freud explica, de onde surgem? Não me diga que não gosta da sensação; tenho certeza que não faria a tirolesa ou brincaria em balanços se o friozinho na barriga não lhe agradasse.
Sorrisos bobos fluindo e surgindo; risos sem motivo no meio de uma noite insone a encarar o teto, com o que justificá-las? Porque eu tenho certeza de que ele (o teto) não é TÃO interessante assim.
Tudo, de fato, fica mais bonito quando estamos com estas lentes apaixonadas; quem não amaria sentir-se feliz assim?
Então você me diz: "mas eu sei que não vai dar certo"; eu rebato: "quem é você, a Madame Zara, por acaso?"
Não é assim. Não topamos com alguém e descobrimos que aquela é a pessoa com a qual teremos filhos - NÃO! Aliás, qual seria a graça se fosse assim? O jogo da conquista é como qualquer outro. Tente se trancar por uma semana em seu quarto com um joystick e me diga os resultados - você lutou para zerar a pontuação, e agora? Vai continuar o jogo depois disso?
A conquista é feita, provada e comprovada, mas você não fica nela - há outras coisas além do nível 50, e você ficará ansioso até que o próximo jogo seja lançado, com novos desafios. Você passa por esta fase e então se pega debatendo consigo mesmo: "será"? - Bem, arrisque-se. Por menor que seja essa sua paixonite insandecida, é válida.
Segundo o casal Pease, a paixão dura, no máximo, 3 meses - tempo necessário para que o macho e a fêmea se conheçam e reproduzam (afinal, para que mais fomos feitos, não é mesmo?) -, depois disso vem a assimilação e depois a ciência não explica: imagine por quê. Só que depende de você, se vai dar certo ou não. Ver a pessoa que invade seus sonhos e não fazer nada? Você está é querendo que alguém de maior coragem aproxime-se, para que possa se torturar com o quão covarde é.
Depende unicamente de você, se vai dar certo ou não; da sua vontade.
Se o coração insiste em pulsar mais forte quando aquele alguém passa, não tente esconder: lute. Lute porque seu coração sozinho é apenas um órgão sem vida - ele precisa de você por inteiro para funcionar.
Conheceremos pessoas simpáticas nessa vida, nos apaixonaremos por muitas, encantaremos algumas e amaremos outras poucas, mas, se não tenho como garantir que não é você, leitor, que me fará sorrir sozinha em uma noite insone, não posso simplesmente descartar essa opção, entende? Não posso descartar nada.
É uma questão de prioridades? Definir que uma paixonite é pouco importante por não ser o "amor de sua vida" não me parece nem um pouco certo - afinal, paixonite só evolui a casório com um pouco de esforço.
Você se recusa a nadar e morrer na praia, mas perde um bom mergulho - e é tropeçando que aprendemos a cair.
Se formos parar para julgar o que é ou não é importante em nossas vidas vamos acabar entrando em um paradoxo desgastante: não somos nada e somos tudo - deste modo, como subjulgar algo que é tanto e ao mesmo tempo insignificante? -; ou, ainda pior, podemos perder o pouco tempo que temos - analisar a vida é deixar de vivê-la, se me permite dizer.
Abra seus olhos por um instante. Olhe aquela garota do outro lado da rua, com as mãos nos bolsos e ausente em consciência, esperando que um carro pare para que cruze a faixa de pedestres. Se te encanta tanto, não ponha e não crie razões para não apostar todas as suas fichas. Espere que ela levante o rosto, sorria, pergunte como foi o seu dia e vá em frente.
Tudo vale a pena - sem exceções.
E, no fim de tudo, o que nos forma e faz forte não é, de fato, achar o ser amado, mas procurá-lo.

"Quando o mundo tiver mostrado suas cartas, se estiver muito dificil, juntos poderemos consertar seu coração" - Rihanna

Beijocolates,
#V

quarta-feira, junho 13

Teste 053

Um cabelo pode mudar o mundo.
Pelo menos o meu muda.
Talvez tenha sido mera coincidência ou talvez aquilo tenha realmente me feito cair em mim.
De repente tudo voltou.
Os romances;
O segredo;
As gargalhadas;
O descompromisso;
A vontade incandescida de viver;
As memórias de um certo garoto que namorava uma certa garota, minha então melhor amiga que pouco fala comigo. Eles eram tão apaixonados e hoje têm tanta pena de terem feito o que fizeram... Mas as marcas em mim constam, como o castigo no qual me meti por estar com os dois em meu telhado, negligenciando o toque do telefone. Aquele lugar romântico e perigoso no que deveria ser o sétimo andar de um prédio de seis; registrou o primeiro beijo de um casal tímido e hoje afastado, uma amiga que beijara o ex-namorado daquela com quem não falo direito, e o garoto cujo coração palpita a cada olhadela nos cachos de minha melhor amiga. É estranho e sombrio pensar que aquela garota era a que era para sempre, e não nos damos o trabalho de trocar um "oi". Talvez porque namorou o amigo que hoje sofre por estar brigado com a melhor amiga, ou talvez por ter namorado o meu ex-namorado, o meu melhor amigo com quem tanto ri hoje.
É tudo tão inconstante que mal me percebi quando voltei a dançar na chuva, pouco me lixando para as centenas de alunos que me julgariam como ridícula, e gargalhei bem alto, desafinando qualquer música da Hilary Duff.
Eu já podia sair abraçando todos os que encontrasse em meu caminho, sempre sorridente, e travar uma conversa longa com um desconhecido de muitos, mas me mantive calada e saltitante, migrando entre núcleos de conversa.
O amigo com quem parara de falar voltou a ser como era antes e eu voltei a meu eixo, embora saiba que jamais deveria ter perdido tanto tempo. Provavelmente, ao ler essas palavras, ele ficará magoado por saber que tantas pessoas o deixaram por ter destratado os cabelos e assemelhado-se a um louco, mas o ponto em questão não é puramente este; há assuntos demais envolvidos para mesmo eu poder entender.
Com isso eu concluo que, se um simples corte de cabelo pode mudar o meu mundo, imagino que outras iguarias capilares possam mudar o mundo inteiro, e para melhor. Mas parem de descolorir os cabelos e alisá-los, os resultados não vêm sido muito bons.
Finalmente, deixaria ao meu futuro padrinho que não é impossível ser a louca de antes em um colégio tão grande e politicamente correto; penso até que enlouqueceria se não me deixasse enlouquecer um pouco. Além do mais, não estamos infringindo leis ou prejudicando alguém: estamos buscando, desesperadamente, a nossa felicidade.

"Viver e não ter a vergonha de ser feliz." - Gonzaguinha

Beijocolates,

#V

terça-feira, junho 12

Teste 052

O dia dos namorados, por mais que seja uma data comercial, é também inspiradora. Românticos se revelam apaixonados e o amor finalmente está no ar, quase sufocando os que namoram a Lua.
Eu não tenho um namorado (não mais e nem ainda), mas isso não me impede de sorrir bobamente para um casal apaixonado que troca gracejos e beijos. Contemplar a coragem remexer um coração e ouví-lo finalmente declarar suas emoções é, de fato, animador - tão animador quanto passar o recreio inteiro com a melhor amiga, três colegas e um professor de Historia Brasileira, falando um pouco de tudo e esquecendo o Contrato "dusnegolá".
É bom estar apaixonado; sentir os batimentos cardíacos acelerarem ao ouvir o nome de determinada pessoa e viajar pela maionese no meio de uma aula de Geografia, pensando quão quentes são determinados braços, e quão bonitos são determinados olhos.
Querer bem e bem perto é um sentimento de paz tão feliz que jamais alguém deveria negá-lo, quanto mais ter vergonha de assumir.
Portanto, em um clima de romances, você que tem namorado ou que não namora, você solteiro ou apaixonado, se permita. Se permita sorrir sinceramente para alguém e se permita abraçar aqueles que também sentem a falta de uma historia de amor.
Justifique consequências com a causa de ser feliz e, se não seguia o pensamento antes, é hora de mergulhar de cabeça, sem medo de rachar o crânio.

"Baby, won't you take my hand? We've got nothing left to prove" - Plain White T's

Beijocolates,
#V

quinta-feira, maio 31

Teste 050

Dói, não é?
Quando você tem que admitir que é só mais um número telefônico na enorme lista de seus contatos, machuca, não é mesmo?
Saber que tanto faz se você ri ou se chora alarga uma ferida.
Quão doloroso é por um ponto final em todas as suas fantasias açucaradas?
É dilacerante acordar e precisar voltar a uma realidade em que as coisas não estão tão bem assim.
Todas as fábulas indo obrigatoriamente por água abaixo, cortando, rasgando, triturando.
Um incômodo necessário: a verdade deve sempre se sobressair.
Mas é tão bom negar a verdade quando a mentira tem um sabor adocicado!
E você sente raiva e chora, porque não pode mais esconder aquilo que tentava ocultar desde o princípio.
Há pessoas morrendo, há pessoas mendingando, há pessoas esfomeadas, mas você nunca pensará que seu sofrimento é menor que o delas.
E eu lhe entendo.

#V

quinta-feira, maio 17

Teste 049

Mãe.
Essa chata que lhe acorda mesmo depois de você implorar por mais cinco minutos.
Essa mulher que lhe elogia nos piores dias.
Essa pessoa que briga e parece bem implicante.
Alguém de paciência notável, que lhe amou incondicionalmente mesmo antes de vê-lo, que sorri quando todos lhe fazem chorar, que lhe beija o rosto de um jeito vergonhoso, que brinca e dá bronca.
Mães não tiram ferias. Podem fazer o que for, mas se um de seus filhos chama, elas atendem.
Essa criatura que lhe carregou no ventre, nos braços, e lhe carregaria ainda nas costas, se você precisasse, pode não ter sido escolhida por você, mas foi escolhida a dedo por Alguém que mais sabe que todos nós.
A mãe que trabalhou na cozinha durante toda a manhã de domingo merece, ao menos, um parabéns por ser quem é, não porque os shoppings querem seu dinheiro, mas porque ela, de fato, merece.

Mãe não se ama hoje ou amanhã: se ama todos os dias.

Beijocolates,
#V

sábado, maio 12

Teste 048

Às vezes a gente se perde na busca da felicidade, procurando em coisas tão erradas que nós mesmos jamais acreditaríamos se soubéssemos da verdade. Mas não é tão difícil assim, sabe? Saber a verdade - não a absoluta, mas a suficiente.
Acontece que, voltando do colégio no único dia em que meu melhor amigo não me levou até a parada de ônibus e o certo acabara de passar relativamente vazio sem que eu percebesse, adentrei o segundo, um pouco mais cheio, segurando minha bolsa pesada e meus cadernos que mais pareces placas de chumbo.
Uma velhinha falava alto para que todos os passageiros ouvissem, do assento preferencial, enquanto eu girava a catraca, e começou a cantar "a música da novinha", ao que muitos se puseram a rir. Eu ri, também.
Aproximei-me de quem tinha à frente, reconhecendo o rosto baixo, e cumprimentei-o, um tanto quanto sem graça - as pessoas podem morrer alegando que sou uma garota extremamente comunicativa, mas parece que travo sempre com os veteranos do EJD. A cons. eras fluiu um pouco, a mulher ainda cantando "mulher brasileira", ou sabe-se lá o nome daquela música secular, e alguns cantarolavam baixinho, junto, distraídos do que faziam.
Foi nesse momento que descobri.
De súbito, pareceu-me muito fácil ser feliz, quando se sabe que é a felicidade que se busca. Porque então percebi que dentro daquele ônibus, cheio de gente aperreada e ansiosa pra chegar em casa depois de um dia difícil, uma mulher cantava, simplesmente por querer cantar.
E ela era feliz porque cantava; e os outros eram felizes por terem pressa ao chegarem às suas famílias e lares.
Repentinamente, entendi que devemos sempre sonhar o mais alto que pudermos, sem medo da queda. Quem sonha em Deus jamais chegará ao chão.
Talvez nossos sonhos não sejam totalmente realizados, ou mesmo cheguem perto disso, mas nossas intenções nos regozijarão e farão um bem a todos aqueles que nos cercam, assim como aquela senhorinha fazia sorrir alguns com a escolha de músicas pouco oportunas.
Nossas aflições, medos e neuroses deveriam dar um tempo. Um tempo para que vivamos atentamente, preocupando-nos apenas em sorrir.
As pessoas vivem sempre tão desatentas ao fato de como a vida é curta, que a vivem como se tivessem muito tempo para dançar, comer, brincar, brigar, rir e chorar. Mas então eu penso que, se as pessoas realmente parassem para analisar em quão pouco tempo têm para viver a vida, não estariam a vivendo da forma certa.
O grande sentido da vida, afinal, é não buscarmos um sentido para a vida, apenas segui-lo.

"Confiai-Lhe todas as vossas preocupações, porque Ele tem cuidado de vós." - 1Pd 5,7

Beijocolates,
#V

quarta-feira, maio 9

Teste 047

A simpatia é uma dádiva que a poucos consta.
Um sorriso bem pregado no rosto aquece os corações em um misto de alegria e contentamento.
A certeza e a convicção com as quais cada palavra é dita fazem o mundo girar em harmonia.
Um exemplo oportuno e fiel arrasta.
Seja um bom exemplo.
A sutileza com que falamos conforta quem mais precisa ouvir aquilo e, de repente, o modo como nos prostramos em relação ao outro por si só é bastante para que este se satisfaça.
Ouvir e guiar, mas, acima de tudo, amar.
Deixar chorar e ceder um ombro, apenas, para confortar alguém que não quer dar respostas às perguntas íntimas que lhe invadem as barreiras momentâneas de proteção.
Gargalhar de algo engraçado e ser sincero, sem medo de soar exageradamente amável.
Ser feliz verdadeiramente, e fazer outros o mais feliz possível.
Gritar, nos momentos em que seja necessário se fazer ouvir, e silenciar quando os detalhes forem filtrados à escuta.
Discutir por saber que, por mais que se fique mal por isso, é necessário tornar ambas as partes sabidas acerca dos desejos e aflições mútuos.
Acalmar toda a fúria que passar pela alma e procurar entender.
Permanecer sempre ao lado de seus amigos, mesmo que estes tentam a se afastar, e garantir que lá estará quando se fizer preciso.
Aguardar e ser paciente, admitindo que a pressa e a ansiedade de nada adiantam.
Trazer para perto os que estão longe.
Acolher bem os que vêm chegando.
Viver em comunhão com os seus valores pessoais e respeitar a si mesmo, além do próximo.
Manter-se saudável e bem informado.
Abraçar mais.
O carinho reage de um jeito tão positivo que mal podemos compreender - que não compreendamos, então! -, mas façamos de tudo para que os que nos rodeiam sintam a felicidade emanar além de seu corpo.

"Somos nós que fazemos a vida, como der ou puder ou quiser." - Gonzaguinha

Beijocolates,
#V

segunda-feira, maio 7

Teste 046

Perdi meu amigo, porque não mais posso olhá-lo sem pensar no erro que inflama a cada dia. O segredo me tortura e eu apenas fico esperando que um dia algo volte a ser como um dia pôde ser.
Iludi-me mais uma vez ao pensar que ele se importava comigo, e me deparo triste e só por não estar em seus braços, tola como sou, mesmo sabendo que ele nada de mim quer se não a disponibilidade. Sorrio sem graça e me esquivo de cada toque carinhoso, tentando em vão lembrar a mim mesma que aquilo não é amor, não é paixão, não é gosto, não é nada.
Me sinto traída depois de tocar as nuvens acreditando que alguém de fato se importava comigo. Fui culpada ao cair piamente na história já tão manjada; por ter sentido as bochechas queimarem em fogo de felicidade ao descobrir que ele estava tão apaixonado por mim que pôde consumar-se à outra sem pesar algum.
Quando de fato vejo algo dar certo com espontaneidade, sou obrigada a ver e a admitir que aquele garoto, quem eu pensara que ainda suspiraria por mim, pensa em alguém além; alguém que não eu.
Eu poderia chorar agora, só de pirraça, mas venho reclamando tanto que mal tem graça. Quero apenas ficar em paz, dormir em paz, parar de pensar um pouco e tentar lembrar-me sempre que comemorar antes da hora é um erro corriqueiro porque, no fim das contas, sempre é antes da hora.

"Você sabe que o céu ao alto está limpo, mas parece insistir em chover sobre você" - McFly

Beijocolates,
#V

terça-feira, maio 1

Teste 045

"'Milagres termodinâmicos...
Eventos tão improváveis que são impossíveis na prática, como oxigênio virar ouro espontaneamente.
Eu quero muito observar algo assim.
No entanto, em cada par humano, milhões de espermatozóides avançam rumo a um só óvulo. Multiplique as possibilidades por incontáveis gerações, junte à chance de seus ancestrais estarem vivos, de se conhecerem, de conceberem esse preciso filho, essa exata filha... até mesmo sua mãe amar um homem que tinha todas as razões para odiar, e dessa união, das milhões de crianças competindo pela fertilização, foi você, apenas você que emergiu, extraindo uma forma específica desse caos de improbabilidades, como o ar se transformando em ouro.
Isso é o pináculo do improvável. O milagre termodinâmico.'
'Mas, se eu, meu nascimento, se isso for um milagre termodinâmico... pode-se dizer o mesmo de qualquer pessoa no mundo!'
'Sim. Qualquer pessoa no mundo.
Mas o mundo é tão cheio de pessoas, tão repleto desses milagres que eles se tornam lugar comum e nos esquecemos...
Eu esqueci.
Nós contemplamos continuamente o mundo e ele se torna opaco às nossas percepções.
No entanto, encarado de um novo ponto de vista, ainda pode nos tirar o fôlego.
Vamos, enxugue as lágrimas, porque você é vida, mais rara do que um quark e mais imprevisível do que qualquer sonho de Heisenberg; a argila na qual as forças que moldam a existência deixam as impressões digitais mais visíveis.
Enxugue suas lágrimas... e vamos para casa.'"
-Alan Moore (Watchmen)

Beijocolates,
#V

Teste 044

Pessoas são engraçadas.
Pessoas apaixonadas são dez vezes mais.
É muito interessante o jeito como alguns sofrem por não serem amados - mal sabem eles o quão são - enquanto outros se pertubam por serem amados demais.
De um jeito graciosamente doloroso, não tomamos consciência daqueles que dariam a vida por nós, e permanecemos ignorantes e alheios a um sentimento que, se nutrido, faria-nos suspirar em satisfação: é exatamente aquilo que estamos sempre procurando. Talvez queiramos manter os olhos fechados com força por simplesmente ter medo de sentir a luz queimar e machucar ao invadir nossa vista.
Fracos - é no que o medo nos torna.
É tão bonito o jeito como alguém pode ser extremamente amável... Aquela pessoa não faz nada para que você se apaixone por ela, mas você, tolo e tonto como é, acaba envolvido por aquela aura tão linda e nítida que o atrai e enlaça em uma calmaria agitada que só pode ser definida por uma palavra: amor.
Alguns têm medo dessas quatro letrinhas.
Assustam?
Então melhor se preparar porque, não importa quão irritante seja o termo, a sensação vem do mesmo jeito, sem barreiras, sem impecilhos; simplesmente vem. Mais cedo ou mais tarde.
Ei, você, que está até hoje morrendo de medo de se declarar apaixonado pela garota que te faz babar e perder o sono: vá em frente, abra os olhos dela e faça com que sua visão acostume-se à claridade.
Ouça o coração sôfrego que guarda no peito, e deixe o medo para depois que o medo não tiver mais lugar.
Quanto a você que vive se lamuriando? Saiba que ser emocionalmente cego é uma opção.

"Ai, se ela soubesse que, quando ela passa, meu mundo inteirinho se enche de graça..." - Tom Jobim

Beijocolates
#V

sexta-feira, abril 27

Teste 043

Seu beijo é... O meu beijo.
O encaixe perfeito de lábios que faz com que o mundo lá fora não tenha tanta importância.
Os sentidos aguçam e o tempo acelera, congelando pela calmaria desesperada.
Os suspiros e os sussurros, o doce ardor no paladar e a culpa por não saber esperar, porque, por mais que eu tente negar, o seu beijo é o meu beijo.
Me faz querer gritar, me deixa manhosa, me faz rir, me faz bem.
Eu estufo o peito para lhe afastar, mas meus joelhos quase cedem em um breve tilintar de tua boca.
Porque seu beijo... É o meu.

"Kiss me gently always" - Avril Lavigne

quarta-feira, abril 25

Teste 042

Vivemos reclamando do nosso coração, dizendo que ele não é bom pra gente, que ele não escolhe as pessoas certas; sempre criticando o pobre coitado cujas batidas fortes e revigorantes são aquelas sem as quais não podemos viver.
"Ah, para de me maltratar.", diria o coração se nós sequer o deixássemos falar.
Mas não deixamos. Calamos a emoção o mais rápido possível com o intuito de deixar o cérebro gritar algo mais rígido e imperativo.
Pobre coração, mal sabe o que faz... Quer apenas amar e encontrar companhia, e o restringimos de tal forma que o sufoca...
O amor é sábio, e tem instintos vorazes. Tem sede de si próprio em outro, e quer suprir qualquer necessidade que seja.
A paixão platônica ou proibida pode parecer errada e defeituosa; nós pouco vamos velá-la; mas, se nutrirmos um pouco a sensação queimante que cora as bochechas em um tom tão lindo e rosado, perceberemos que, afinal, o coração estava certo, mas precisava de esforços e insistência.
Porque, de repente, quem mais te faz sorrir é quem mais você fez chorar.

"Um dia eu vou estar à toa e você vai estar na minha" - Negra Li

Beijocolates,
#V

sexta-feira, abril 20

Teste 041

Nem tão quieta
Nem tão agitada
Nem tão frágil
Nem tão forte
Nem tão brusca
Nem tão mansa
Nem tão santa
Nem tão pecadora
Nem tão intelectual
Nem tão alienada
Nem tão religiosa
Nem tão pagã
Nem tão louca
Nem tão sana
Nem tão egocêntrica
Nem tão altruísta
Nem tão certa
Nem tão errada
Nem tão maliciosa
Nem tão ingênua
Nem tão indiferente
Nem tão sentimental
Nem tão tímida
Nem tão extrovertida
Nem tão dependente
Nem tão emancipada
Nem tão mimada
Nem tão esquecida
Nem tão amável
Nem tão detestável
Nem tão normal
Nem tão diferente.

Apenas eu
Tentando ser eu da melhor forma possível
Tentando extrair toda a felicidade de cada dia
Tentando ser feliz a cada segundo.

Quem eu sou?
Muita gente
Gente demais.

Essa história de bem ou mal só existe em novelas
A vida está repleta do delicioso meio termo.

Beijocolates,
#V

segunda-feira, abril 9

Teste 040

Ouvi, em minha vida, muitas pessoas falando sobre a amizade. Já escrevi muito sobre ela, e já passei muitas noites em claro refletindo a seu respeito.
Em verdade, tantas pessoas me decepcionaram no cargo de melhor amigo que eu já desacreditava que qualquer laço íntimo que não familiar fosse possível: todos que me cercavam eram, basicamente, colegas próximos.
Passei um tempo com esse conceito como em em corda bamba: tinha bons momentos que me faziam acreditar mais uma vez, mas eu tropeçava e logo em seguida desistia. Estava fazendo mal e sendo hipócrita, afinal, não era eu mesma quem insistia em dizer que cada ser é composto de qualidades e defeitos?
Certa vez conversava com Lucas sobre um guindaste que erguia um ferro longo e pesado. Eu falava sobre as tragédias que poderiam acontecer se o gancho não fosse forte o bastante. Ele ficou indignado, me dizendo que aquilo era feito exatamente para segurar bem o peso e, se deixasse que o ferro pendesse, não estaria executando sua função, possuiria defeitos.
Abri a boca para contradizer falando que, se fosse assim, todos nós tínhamos defeitos, mas congelei em meio a frase, sentindo as bochechas esquentarem ao me dar conta do que era óbvio e praxe.
Jesus nos dá um conselho fundamental antes de morrer na Cruz por amor à humanidade: amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Uma certa palestra sobre amizade me deixou confusa. João, quem falava, dizia que a amizade verdadeira era aquela em que de punha Deus no meio; mas eu não entendi. Ficou claro e clichê, a meu ver, que qualquer relação seria real e faria bem se fosse unida por Deus, mas... Como por Ele em uma relação?
Passei quase um ano pensando nessa certa 'bateria' e me empertigando cada vez mais.
Até que hoje bati em minha testa e dei-me conta de que o que se formou nesses últimos dias jamais seria possível por motivos mundanos.
Semana Santa. Para uma boa parcela de minha sociedade, um feriadão recheado de festas, shows, bebidas, descanso, repouso, isolamento. Mas não foi assim que vivi as datas.
Fui em missão a Jupi, com mais 30 jovens, para levar o real sentido dessa semana a cada cidadão em sua casa, fazendo encontros nas comunidades.
Tivemos uma pequena equipe de apoio: Bola, Neta, Suanmy, Lêdson, João e Marcos. Com uma exceção, não tinha amizade com ninguém dos 36 que estavam comigo. Tínhamos em comum um único propósito: anunciar o amor que Deus tem por nós.
Voltamos domingo pela manhã; as despedidas chorosas e dolorosas pela madrugada de sábado.
Me dei conta do quão feliz sou e estou. Aqueles estranhos que foram comigo a Jupi deram lugar a amigos que voltaram comigo a Recife. O nome 'Victoria' mal ouvia-se, por tantos me chamando por 'Vic'. Sorrisos foram trocados no colégio, os assuntos em comum emergindo com fluidez. A longínqua falta que sentia dos cinco jupienses e do Pe. Thiago por vezes fazendo-me armar um bico em meu rosto.
Hoje respondi, enfim, o que é a amizade; o que mais seria se não cada laço criado nesta breve viagem? Porque eu mais me sinto íntima de cada um com quem convivi nestes últimos dias que de tantos que conheço há 9 anos.
Eu não entendia como colocar Deus em uma relação, mas, se foi Ele que nos uniu, se foi Ele nosso propósito em comum, é bem provável que eu de fato ame todos sincera e verdadeiramente em unidade e totalidade.
Porque bem mais se recebe quando se está disposto a doar-se por inteiro.

"Eu sei que, quando amar um de meus sobrinhos menos que amo meus próprios filhos, não estarei amando como Deus me pediu para amar." - Amara (do verbo amar), minha mãe.

Beijocolates,
#V

sábado, março 24

Teste 039

Nunca me arrependeria de nada, mas permito que a culpa me desgaste um pouco, alegando a moleza e a dor no corpo como consequências gripais.
As cortinas agitam-se com a brisa de um final de manhã, e me dou conta de que o tempo que passou e me tomou conta já me fez perder um curso e uma aula.
A culpa acomete mais uma vez, fazendo minha cabeça divagar por memórias não tão distantes, o pesar delas e de minhas pálpebras quase em pressão suficiente para a humilhação.
A culpa por magoar alguém e por ter sido egoísta em uma questão que não cabia somente a mim, sucumbindo brincadeiras provocativas e pouco favoráveis a qualquer envolvido.
A culpa por pensar que cada mergulho é um flash e agir sem prudência alguma, rindo histericamente em vã tentativa de ocultar o olhar triste.
A culpa por chorar e sangrar por dentro, e tentar me mostrar forte ao fazer sangue e lagrimas expostas, não minhas, em um rosto tão amado.
A culpa de ser ignorante e culpada, responsável e idiota, sem força de vontade e mesmo sem força para negar minhas vontades.
Culpa. Algo que carrego no peito e entre cada sorriso.
Culpa. Algo que guardo em cada suspiro sofrido.
Culpa.
Simplesmente culpa.
O que há comigo, afinal? Como pode uma adolescente passar horas definhando a respeito de algo que tinha total consciência de estar fazendo, agora rancorosa, preocupada, magoada, culpada, ridicularizada, chorando pela humilhação que ela mesma impôs a si mesma? Quanto drama! Quanta façanha! Cada palavra não dita, cada abraço longo e mudo, cada olhar, cada suspiro em dessoro ação, cada umidade ocular retida. Cada desconfiança...
Me desculpe. E ao dizer "desculpe", sei que reconheço minha culpa e a responsabilidade. E peço para tirá-las de mim. Me perdoe, urgentemente. Com todo o seu coração. Sei que errei e sei quanto errei. Espero que saiba. O quanto doeu em mim, também.

"I said I love you and I swear I still do" - Nickelback

Beijocolates,
#V

domingo, março 18

Teste 038

As pessoas lhe garantem que lhe apoiarão em qualquer decisão que por você seja tomada e, logo após a confissão de que seu curso futuro é Letras, mil julgamentos, caretas e tons irônicos soam por sua vida, por seu mais sintético mundo.
A cada dia mudo a escolha de minha profissão. Me empertigo. Tenho 16 anos e já devo decidir-me pelo que farei por toda a minha vida... É algo um tanto quanto pertubador, não?
Quis Nutrição, e me disseram que eu iria morrer de fome.
Quis Publicidade, e me disseram que eu não seria empregada.
Quis Psicologia, e me disseram que eu seria frustrada.
Quis Pedagogia, e me disseram que eu descobriria o erro de minha escolha, mais tarde.
Quis Jornalismo, e me disseram que eu tornaria-me estressada.
Quis Medicina, e me deram apoio, embora eu tenha descoberto que jamais seria feliz na área.
Quis Geologia por 3 segundos, e tentam me convencer de seguir o impulso.
Nunca quis Direito, e me apóiam ate os dias de hoje.
Nunca quis Engenharia, e me garantem que vou gostar, fazer sucesso.
Hoje quero Letras ou História, e tenho de ouvir minha própria mãe com um tom sarcástico e duvidoso na voz, dizendo 'de tantos cursos, ser professora...' Gosto da idéia de ser professora. Por mais estressante e mal pago que possa ser, o orgulho de passar informações necessárias e a ânsia em explicar, falar, gesticular, me soa tão atrante que quase me faz vibrar em alegria. Mas sei que, a partir do momento em que alguém souber, este alguém me julgará.
Quero dizer a vocês que não se importem se querem fazer Cinema, Administração, Ciências Contábeis, Economia, Medicina, Arqueologia, Hotelaria, Geografia. Quero dizer que não se importem com as criticas que sempre surgirão. Quero dizer que não liguem para os comentários maldosos. Quero dizer que jamais morrerão de fome, se vocês realmente querem fazer o que estão dispostos a fazer. Porque de nada adianta passar de primeira no ITA e não gostar de ser um engenheiro. De nada vale um médico que não sente prazer em atender. Porque quando damos ouvidos a quem nos cerca, acabamos por não escutar a nós mesmos. Isso é serio!
Saiba e aprenda; você é quem importa! Saiba ser egoísta, são suas decisões, seus problemas, seu trabalho, sua carreira, suas metas, seus desejos, sua felicidade, sua frustração, sua VIDA que está em jogo! Não é como se seu pai formado em Farmácia fosse tentar realizar-se em você.
É hora de seguir seu caminho, olhar para o próprio umbigo, e refletir sobre si mesmo.
Acinal, para todos os demais que não você...

"Pode ser de qualquer cor, desde que seja preto" - Harrison Ford

Beijocas sabor Yoggi de chialgumacoisa e top it de farelos cookies,
#V

quarta-feira, março 14

Teste 037

Não deveria ter acontecido.
Mas aconteceu.
E sabe o que mais?
Não me arrependo nem um pouco.

"Se isso foi um erro, eu quero errar sempre assim" - Charlie Brown Jr.

Beijocolates,
#V

sexta-feira, março 9

Teste 036

Outono.
O amor está no ar.
A maioria as pessoas me julgará esquisita por não atribuir a paixão à primavera.
As pessoas deveriam saber que "amor de primavera" é só para animais com período de gestação curto. Uma breve explicação: a atração fica em alta nove meses antes do verão, que é a estação mais propicia para a sobrevivência de um bebê - a natureza é sábia.
Milhares de casais me cercam; eu suspiro desajeitada.
A carência em mim nao cessa com um beijo como a tantos acontece.
Os desejos estão em abraços. Em sorrisos. Em cumplicidade. No amor, afinL.
Nao quero que me digam que minha alma gêmea está por vir, ou que os últimos serão os primeiros, ou o que quer que seja. Gosto de sofrer um pouquinho, sabe?
Um sofrimento controlado; como escutar músicas de dor de cotovelo quando se tem um relacionamento perfeito ou mesmo como quando se assiste a um filme de drama.
As lagrimas escorrem pela morte do personagem, mas, no fundo de seu inconsciente, sua alma comemora: "ao menos não fui eu."
É bom ser um pouco masoquista. Assim a alegria vem ainda melhor mais tarde.

"Sãoas águas de março fechando o verão, promessa de vida de meu coração" - Tom Jobim

Beijocolates,
#V

domingo, março 4

Teste 035

Pode ser infantilidade de minha parte ainda sentir as lágrimas de frustração quando isso acontece. Quero dizer, isso já é tão passado pra mim, ou pelo menos deveria ser. É que isso me incomodou por tanto tempo e me causou tamanha repulsa e/ou índiferença durante um período impassional de minha vida, e agora insiste em reaparecer para tirar-me mais uma noite de sono.
A grande questão é que sempre fui mimada - bem deve ser isso, não é? O fato de eu ter sido caçula por tanto tempo deve ter feito com que isso soasse pior a meus ouvidos. Eu chamaria os efeitos que isso me causa como uma mistura de raiva com decepção mas, no fim das contas, mal posso contestar qualquer coisa relacionada a isso.
Já chorei por isso, é claro, porque é comum que os olhos tornem-se úmidos e molhem nossos rostos quando isso nos magoa. A fartura me deixa em uma corda bamba que me deixa balançar por minha tamanha arrogância e a autossuficiência, mas me faz erguer o olhar e, ainda com medo, seguir em frente por meus deveres, princípios e possibilidades.
É estranho que isso me seja algo tão custoso e duvidoso enquanto que para a maioria das pessoas venha fluente e rapidamente, com facilidade extrema e estonteante. Para mim já foi assim, até que isso se mostrou diferente do esperado. Isso também me fez chorar.
Isso é complicado, embora que também seja lindo.
Eu só queria poder entender essa coisa toda, e seguir, afinal, a corda que, ainda bamba e machucando meus pés, me garante felicidade ao conduzirme ao lado oposto do palco.

"Se adquires um amigo, adquire-o na provação, não confies nele tão depressa. Pois há amigos em certas horas que deixarão de o ser no dia da aflição. Há amigo que se torna inimigo e há amigo que desvendará ódios, querelas e disputas" - Livro do Eclesiástico (6,7 - 6,9)

Beijocolates,
#V

quarta-feira, fevereiro 29

Teste 034

Sorrindo por ter ultrapassado oito mil visitas com pouco mais de dois anos (vocês são uns lindos) e porque quatrocentas visitas foram só do segundo semestre do ano passado para cá, apenas comigo postando... Muito obrigada!!
Hoje, dia que ocorre apenas a cada quatro anos, sussedeu o dia do relacionamento serio. Nunca vi tantas atualizações de "Fulano passou de 'solteiro' para 'em um relacionamento sério' com Cicrana" em toda a minha vida de Facebook - que é pouca, mas... Quando os casais mais improvaveis se formam e eu contabilizo que, por alto, quinze novos casais se formaram desde o carnaval, o que foi uma semana atrás, corro o risco de sentir-me um tanto quanto abatida, indignada e, por que não?, carente.
Você pode me dizer o quanto quiser que a minha grande paixão surgirá, patatá, patati, parati, paraná, mas acho que eu tenho o direito de me martirizar um pouco por até o papel higiênico ter um rolo, e eu não. Não que eu realmente me importe, porque sei que cubro tudo com filmes torturantes de amor e estudos, mas a questão é que eu me importo! É impossível estar em um ambiente cercada de casais e simplesmente sorrir pela felicidade alheia - e nem venha me dizer que com você é assim, porque eu sei que não é.
Poxa, quantas frustrações já tive? Fiz uma cartinha pro menino que eu gostava na terceira série e até hoje ele não olha na minha cara; isso é um tanto quanto fabuloso, não? Porque, embora minha cunhada, ácida, tenha feito uma piada sobre colocar o nome de tal garoto em meu sobrinho e acabar tendo descoberto que era o nome perfeito para seu filho que em março completará três anos, eu não estou nem aí pra ele. Porque, poxa, terceira série. E eu vivo me mordendo de vontade de falar não só com ele, mas também com os outros que um dia me fizeram suspirar, só para rir um pouco; eu vivo rindo da minha cara.
Ah, se eu soubesse, quando chorei por meu primeiro amor ter roubado a figurinha do Pikachu que viera em meu pacote de salgadinhos, o tanto que iria me apaixonar, não teria feito o tanto que fiz. Não teria cedido ao primeiro pedido de namoro, que, mais tarde, se tornou um tão grave arrependimento, e tão pouco teria agido por impulso tantas vezes e até hoje, que sei tão bem o quão paqueradora - desculpem o termo cafona - sou. Embora bote fé de bem com força na Helen Fielding quando ela diz "Não se arrependa de nada. Lembre-se que não havia outra coisa que poderia ter acontecido, dado quem você era e o estado do mundo naquele momento.", ainda assim e correndo o risco de soar hipócrita... Faço tantas coisas sem parar para pensar ou sequer para tomar um ar, e ajo tanto na impulsividade, que acabo pensando depois, revendo imagens em minha cabeça, e não me agradando tanto com o quadro pintado.
Concluindo, apesar de tanta carência e baixa autoestima, devemos tentar ver o lado bonito da coisa - porque tudo tem um lado bom, e não tente me provar o contrário. Muitos romances surgirão. Que isso fique bem claro. Alguns ficarão por um bom tempo, outros não. Mas haverão romances, e talvez um que mexa profundamente com o seu coração. E então não mais você poderá agir por consciência ou proeza, mas por suas vontades e ambições.
Meu bem, se importa que eu me intrometa? Corpo e mente trabalham em conjunto.

"Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destino; viver é uma arte, um ofício, só que precisa cuidado pra perceber que olhas só pra dentro é o maior desperdício: o amor pode estar do seu lado" - Nando Reis

Beijocas da tia,
#V

segunda-feira, fevereiro 27

Teste 033

Uma amizade que tinha tudo para dar errado.
Uma amizade que já surgiria da breve troca de olhares entre a menina fardada e o novato que vestia uma pólo listrada grande demais para seu corpo.
Uma amizade que enfrentou anos de silêncio.
Uma amizade que rendeu boas gargalhadas a partir do primeiro trabalho feito em conjunto.
Uma amizade que ouviria pacientemente as lamúrias de um amor de infância.
Uma amizade que se descobriria apaixonada.
Uma amizade que namoraria.
Uma amizade que provaria e exploraria novas coisas.
Uma amizade que guardaria segredos.
Uma amizade que apoiava as frustrações amorosas.
Uma amizade que sorriria um dia com petulância.
Uma amizade que se desdobraria em fofocas, por mais que os protagonistas não ligassem.
Uma amizade que permitia socos e petelecos indignados.
Uma amizade que saberia rir nos momentos certos.
Uma amizade que se colocaria a prova de tantas coisas e que, ainda assim, persistiria.
Uma amizade tão forte e benéfica como nunca passaria pela cabeça daquelas duas crianças que se olhavam com estranheza no primeiro dia de aula.
Uma amizade que embaralhava e perturbava suas cabeças, às vezes.
Uma amizade, simplesmente... Uma grande e forte amizade.

"Velho amigo, por que está tão tímido?" - Adele

Beijocolates,
#V

sábado, fevereiro 25

Teste 032

Estou feliz. Radiante. Mal me contendo.
A música de Sweedish House Mafia toca alto em algum dos prédios que rodeiam o meu, com The Ting Tings gritando ao fundo, em vão.
Sorri como uma boba ao flagrar-me desviando a atenção ao celular de uso limitado. Só recebo ligações de duas pessoas nele, e não era minha mãe quem me ligaria agora.
Olho na direção do novo apartamento de meu irmão mais velho e mais uma vez solto um riso nasalado, pensando nos garotos com quem esbarrei na portaria quando o fora visitar mais cedo.
Um olhar admirado ou sedento, faminto, não nos faz mal como dizem rezadeiras em tantos lugares do mundo.
Nos faz bem, nos faz nos sentir... Melhor.
Os gatos decorativos de madeira me encaram em expectativa, com seus olhos imensos e expressivos, e eu sinto Give Me Everything Tonight me causar um embrulho no estômago.
Mas estou bem.
Ainda radiante.
Ainda forte.
Ainda feliz.

"Cada ano tem cerca de 31 milhões, 448 mil e 400 segundos, então... Se você realmente viver cada segundo intensamente..." - Rodrigo Cunha

Beijocolates,
#V

quarta-feira, fevereiro 22

Teste 31

Atenção, leitor, o vocabulário contido na postagem que se segue pode não estar contido em sua cultura, família ou mídia social, mas é importante que leia, faz bem pro coração.


WES2CAFUÇU

Carnaval, a época em que todas são muito lindas e gostosas - pelo menos é o que todo bom cafuçu explica quando o coco tá na ladeira: rola ou não rola? Porém, o que mais que Tamandaré, num calor do raio laser, os bonitinhos da galáxia todos na média 2,5 - o único 10 foi prum cachorro -, com a cantada do século: "AI" - e sem mais, "ui, ela levou uma topada!"
Altas voltas na pracinha, com uma Heineken bem geladinha debaixo do braço, cheias das nove horas com cada "alôôôô" que uma ou outra soltava, batendo e rolando com 20 coxinhas e meio quilo de batata frita dentro do bucho - mas só presta assim, amizade!
Foi minha reabilitação social - hoje sou menos porre que alguns dias atrás. Deixei muita gente com sangue no olho ao sair de Recife, mas cá estou eu de volta garantindo, uhul, que pelo menos agora eu sei fingir um bom sorriso - é que ficar numa casa com 17 pessoas, 2 guris chorando e a galera BAHÊA que mais me dava nos nervos que um chute nos ovos que eu não tenho é tratamento de choque: ou abre a cara ou se fecha no calabouço.
É bom aturar pessoas; você convive tão forçadamente com todas elas que nem se dá conta do que está acontecendo, até você dá por si e descobrir que - opa, quem disse 'epa'? - as ama.
Tenho primas que valem além da amizade, que me fazem sentir que sou careta demais, morgada demais, monótona demais - e olha que sou a louca perturbada onde quer que eu vá. A felicidade está nesses breves momentos, nos passeios pelo MM's do sucesso, o celtinha vermelho que fica só na buzinada e quase se choca numa caminhonete na emoção de achar um gato nota 9,5 - acho que a barraca de côco tá rindo até agora.
E o que melhor que uma aula do arroxa baiano? Só o trava-joelho!
O que quero com esse texto não é que você entenda -sei que a maioria tá só no "como assim, Bial?", embora os fortes entendam, mas que pare um pouco pra pensar no seu mundinho, nas suas aventuras, na curtição, na camaradagem, nos muitos "alôôô"s, nas fofocas sobre seu Matchú ou sei lá o mais que vier na telha. Só não vive quem não quer.

"A cafuçuzagem é uma questão de estilo" - Banda O.

Beijocolates,
#V

A Banda O. (é uÓ), lançadora do sucesso "Calor do Raio Laser", música prestigiada cuja letra, logo abaixo, diz tudo do carnaval passado.

"Calor do Raio Laser"
Letra: Aluska e Isabel
Música: Victoria e Ítalo
Direitos Autorais: Arthur
Isso aí galera!
Com as mãos pra cima!
E vai, e vai, e vai!
Ooh, lah, lah!

Só no calor
No calor do raio laser
Só no calor
No calor do raio laser
Só no calor
No calor do raio laser
Só no calor
No calor do raio laser

Abana o calor
Abana o calor
Com o frio do icebarg
Abana o calor
Abana o calor
Com o frio do icebarg

Só no calor
No calor do raio laser
Só no calor
No calor do raio laser
Só no calor
No calor do raio laser
Só no calor
No calor do raio laser

Pirôntipirômponte param
Pirôntipirômponte param
Pirôntipirômponte pararam!

AU!