sexta-feira, novembro 16

Teste 071

Devido a forças maiores (e, francamente, de porte emocional coagido), a textura desse texto talvez lhe pareça confusa - então faça o possível para compreender as palavras mal torcidas e ríspidas, cujos filtros estou, ao máximo, eliminando.
O tema remoto e audacioso é perda e arrogância, e como os dois estão tão puramente ligados um ao outro.
Somos eternos medrosos. Temos medo de não fazer a vida valer, mas temos medo de fazer a vida valer, também. Sabemos toda a ladainha por cor: devemos nos arriscar e viver cada momento como se não houvesse amanhã. Claro. E se não houver mesmo um amanhã? Mas aí surge um novo problema - e bem grave: hipóteses. Hipóteses são essas suposições medonhas que podem ser verdadeiras (como a intuição feminina) ou falsas, embora não se saiba que são falsas (como quando você vive uma historia de amor dentro da própria cabeça, na qual vocês dois se amam e serão felizes para sempre - só de gancho, não existem finais para um mundo que não para), e estas últimas magoam. Magoam porque trazem esperanças a um coração e, logo depois, decepção. É como bem já disse minha professora de Literatura, acerca de uma obra de Machado de Assis, "só nos magoam aqueles a quem amamos; não por falta de amor, não por covardia, mas por decepção." De fato, vivemos otimistas quanto a tudo, embora neguemos isso com toda a convicção que podemos forjar. "Vai dar tempo", "você tem chance", "lute", "você só precisa conquistar 5,7 na última prova", "você consegue", "espere amanhã"...
E voltamos para o amanhã, para o tempo - o tempo que não para. (E, "dia sim, dia não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão.")
Talvez nós devêssemos deixar de ser hipócritas e realmente nos arriscar. Por mais que doa, machuque, rasgue e faça chorar - ainda assim. Se o tempo é o melhor remédio, saiba que com ele virá tudo o mais que nos for necessário: um ombro amigo, um escape, um para-quedas.
Cair faz parte do aprender a andar - minha experiência cômica de jamais cair quando bebê me despreparou para a primeira queda: tenho os dois dentes dianteiros meio lascados até hoje (juro!) -, então, se já sabemos disso e se já espalhamos a ideologia a todos, julgando ainda como "frescura" cada passo em falso por timidez e derivados, por que continuamos nos negando a tentar, amedrontados com a ideia de errar e perder?
A vida não é um jogo. Nada se tem por perder ou ganhar - não se trata disso. É algo conjunto, em grupo, embora o egoísmo traiçoeiro insista em cobiçar um prêmio - pois qual seria?
Não pense que eu sou um exemplo de atitude e altruismo - estou bem longe disso -, mas tenho consciência disso, e tenho consciência do tic-tac desesperador de meu relógio, apressado, e vou lhe dizer uma coisa: não perca tempo queixando-se das dores e dos arranhões que conseguiu com a queda; apresse-se em se reerguer, recuperar o equilíbrio e tentar, mais uma vez.
Caia 1, 2, 3... Caia mil vezes, mas levante-se mil e uma vezes.
Não apenas conserve-se de pé: ofereça ajuda aos que também tropeçaram, estenda uma mão. Carregue a coragem dentro de si e faça-a se espalhar, silenciosa. Temos que viver, viver agora, sem mais pensar. A vida é feita de riscos - se não nos arriscarmos, bem..., não estaremos vivendo.

"O destino está dentro de cada um de nós." - Merida (Valente)

Beijocolates,
#V

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