domingo, dezembro 1

Teste 098

(1)Gosto de falar com pessoas estranhas. (2)Meu altruísmo já me meteu em problemas. (3)Me derreto com letras de músicas melosas, ainda que sejam de artistas bobinhos. (4) Sou terrivelmente tímida. Muitos são os desacreditados disso, mas só porque são ainda mais tímidos que eu. (5)Não namoro os Beatles. (6)Não sei qual é a família dos halogênios. (7)Cuscuz é, sem dúvida, minha comida favorita (8)Adoro chatear as pessoas de quem eu gosto. (9)Fico azeda se não receber minha cota de abraços. (10)Sou implicante até o último momento. (11)Extremamente orgulhosa. (12)Nego rubores eventuais. (13)Não como sobremesas. (14)Tenho mais amigos que amigas. (15)Às vezes, dá um bug na vida. (16)Adoro elogios, mas sempre os rebato. (17)Posso ser muito rude sem intentar. (18)Sou assaltada por lembranças constantemente. (19)Tenho os meus arrependimentos. (20)Não levo o sexo casual numa boa. (21)Acho que o mundo é heterossexualista. (22)Sou péssima em Redação. (23)Danço sozinha com frequência. (24)Já fiquei pra titia. Tenho duas sobrinhas e um sobrinho. (25)Os amigos que mantenho até hoje são as melhores coisas que já me aconteceram na vida.
#V

segunda-feira, novembro 11

Teste 097

Seu cheiro me faz mal. Porque me faz lembrar da amizade que se esgotou entre nós. Deixamos o rio correr em uma cascata à qual não nos atiraremos - não sei se tem medo de altura.
Você sentiu? Ouviu? Viu acontecer? Concordo: foi rápido demais. Como pude segurar com tanta cautela algo invisível que esvaiu-se repentinamente de meus dedos e zelo?
Deixou de existir. Percebi em seu olhar fixo e alarmado, quando afastou-se bruscamente. Tentei buscar você. Era tarde demais.
Sonhos estranhos. Desconhecidos. Trocamos olhares e palavras educadas eventualmente, mas por quê? Sempre soube que era mal educado...
O perfume impregnado em minhas roupas me torturam. Quero que saia de mim - por que não sai? Parecia decidido a ausentar-se. Sequer olhou para trás ao ir embora. Nem mesmo uma centelha de arrependimento fez brilhar seus olhos hostis. Lamento. Lamento profundamente por não mais fundamentar conforto em seu, nosso abraço - rijo, forçado. Quem é o culpado?
Não sei.
De onde vem o aroma? Por que não o encontro para usá-lo em lembrança masoquista? Não o encontro nem o perco. Permaneço estagnada no que é morno e desagradável. No incerto. E, por essas incertezas, não sei o que fazer. Não sei que rumo tomar. Não mais serei rei, rirei, chorar - irei?
Não sei, não sei...

"Te tenho amor, te tenho horror, te faço amor..." - Raul Seixas

Beijocolates,

#V

segunda-feira, outubro 28

Teste 096

Mais uma vez, que conste: os nomes são meramente ilustrativos. Somos eternas crianças, não conseguimos montar uma boa visão sem figuras, ao fim das contas.

ACASOS
mil acasos me levam a você...

Prometi a mim mesma que não mais me torturaria com lindas historias de romance alheio, mas, temendo ser hipócrita por isso, não pude resistir à reflexão sobre esse passado ato de amor. Comecei a enxergar o róseo com maior empatia, sorrir por beijos verdadeiros que não eram depositados em minha boca; sinto na contemplação de gestos carinhosos um sincero contentamento.
Houve, evidentemente, um desses imprevistos maravilhosos que me encantou bastante. Por ele, você lê as palavras que escrevi há tempo com um sorriso satisfeito no rosto. Por ele, fui seduzida aos sonhos que nos escapam à vista, esperançosa a realidades iminentes.

Surgiu sem motivos aparentes, com os ouvidos entupidos por bolinhas de guardanapo. A música alta não causava apreço significativo aos que se reuniam ali.
"Ei!" virou-se, desobstruindo audição. "Teu nome é Alfredo?"
A confusão escrevia-se em seu rosto: "Não, é Jáder..."
"Eu posso te abraçar?"


Entre tantos ditados e provérbios e parábolas e lendas e frases-de-vovó, há algo a dizer que as melhores coisas chegam sem aviso prévio, mas isso não quer dizer que não já estávamos esperando. Estamos sempre a postos para a chegada de nossos sonhos - às vezes, é verdade, somos surpreendidos pela realização daqueles cuja urgência não nos perturbava. Idealizamos mil modos a cumprir almeijo, embora quase sempre acabemos conduzidos pela arritmia em nosso peito.
Fingimos surpresa a nós mesmos quando a bondade invade nossas vidas. Não nos surpreendemos de fato. Pacientemente, havíamos aguardado a boa nova por eternidades, em conta do desejo por ela. Calculamos fórmulas sem fim à deriva de pensamentos que nos tolhe o sono. O destino, porém, nos prega peças ao sabotar todos os nossos planos - o faz com inteligência nobre.

"O meu nome é Magnólia" comentou, rindo da feição estranha com a qual ele recebeu a informação.
Repentinamente, os olhos de Jáder arregalaram-se, como experimentasse um raro momento de epifania: "Magnólia?" A situação agravava-se em divertimento. "Como a flor? M-A-G-N-O e o resto todo?"
"Assim se escreve o meu nome" ela riu, inocente - ou ignorante? - a respeito dos sorrisos futuramente gerados em mutualidade.


É engraçada, essa coisa toda sobre o destino - sempre o julgamos único culpado por tudo o que nos acontece. É um sentimento estoico, bem como deixar a felicidade para mais tarde - tarde esta que jamais chegará -: aceitar o que nos acontece com conformismo.
Alguma vez disse a um amigo que o que há de ser será apenas se ousarmos fazê-lo ser, pois jamais será sozinho. Se esperamos o ser ser, corremos o risco de nunca vê-lo acontecer - assim, não será o que jamais pôde ser. São ideias confusas, mas expressivas.

Esperaram a semana inteira por aquele momento. Magnólia envolveu seu pescoço com braços ansiosos e suspirou profundamente - se sentia bem. Jáder sorriu, sorriu - se sentia bem, também.
Beijaram-se - com fervor, paixão e carinho, em perfeita e incomum coerência.

Desistir não é uma opção, no fim das contas. Quando realmente queremos, lutamos; quando não, sequer pensamos sobre o assunto. Sobre isso, nas palavras de um alguém qualquer: "se você desejá-la, encontrará meios a tê-la; se não, encontrará motivos a recusá-la."
É verdade, é verdade: distante daqueles dois, dispostos a tornarem-se um só, voltei-me às baladas antigas cujas batidas nos conduzem sem nossa permissão e sorri, cúmplice de mim mesma - me era impossível não transbordar em alegria por eles.

"Noventa por cento do sucesso se baseia simplesmente na insistência." - Woody Allen

Beijocolates,
#V

sábado, outubro 19

Teste 095

Beije.
Beije lenta e suavemente, à medida que os raios de sol contornam nuvens e pálpebras - cerradas.

Sorria.
Sorria sincera e vagarosamente, expresse a eternidade em lábios e dentes.

Abrace.
Abrace firme e demoradamente, sentindo a embriaguez de seu perfume próprio.

Ria.
Ria confusa e distraidamente, porque nada mais importa.

Nada.
Nada além de beijos, segredos e o que parece nos embalar em ritmo imaginário ao palpitar de nossa juventude.

"Me abraça forte e me diz mais uma vez que já estamos distantes de tudo..." - Renato Russo

Beijocolates,
#V

sexta-feira, agosto 30

Teste 093

"Às vezes você conhece uma pessoa maravilhosa, mas apenas por um rápido instante. Talvez em férias, num trem ou até numa fila de ônibus. E essa pessoa toca sua vida por um instante mas de uma maneira especial. E, em vez de lamentar o fato de ela não poder ficar com você por mais tempo ou por você não ter a oportunidade de conhecê-la melhor, não é mais sensato ficar satisfeito por ter chegado a conhecê-la um dia?" - Marian Keyes

A DITADURA DA RAZÃO

Um calor que se estende por todo o corpo - o rosto parece estar em chamas. Hesitamos e nos pomos a ponderar: faço? não faço? e sequer ousamos dar um primeiro ou segundo passo.
Não entendo por que temos tanto medo dos outros.
É um tanto difícil enxergar que somos todos iguais. Quero dizer: eu penso, discuto, temo, imagino, sonho e tenho meus motivos para tudo isso, mas só conheço o superficial do que é alheio a meus dilemas pessoais. O rosto visto sem uso de espelho é vago - as atitudes, os modos de ser, são pouco conhecidos por nós. Funcionamos de modo particular, e entendemos nosso próprio mecanismo, mas o outro? O outro nos é desconhecido. Cada um tem seus sonhos e razões, medos e dilemas - e precisa de compreensão. Uma era de individualismo exacerbado talvez nos cegue um pouco a isso tudo - o que é uma pena, pois, enquanto seres sociais e mutantes, precisamos do contato com o outro, principalmente com aqueles que não pensam como nós. Nos apegamos muito ao comodismo, aos mesmos amigos de sempre, às pessoas que não ofendem nossos princípios - mas o que demais há nisso? É muito fácil ouvir e curtir as mesmas músicas que nosso círculo, mas crescemos tão mais ao provar do desconhecido e prejulgado!
Temos muito receio em falar com estranhos, e por estranho me refiro àquela pessoa que está sozinha, com o olhar perdido, provavelmente tão desconfortável quanto nós estaríamos em sua situação. É um qualquer, como qualquer um de nós - e não nos arriscamos por quê?
Humanos não mordem, geralmente.
Ei, racionalismo, dá um tempo! Se a gente perder tempo por medo, o momento passa e, quando a coragem vem, já é tarde demais. Deixa... acontecer.

IMPULSÃO À FELICIDADE

É muito mais divertido agir imprudentemente, sem calcular o que falar, sem esperar o nervosismo passar.
Qualquer assunto é assunto - jamais haverá "nada" a ser dito, pois mesmo o nada pode ser discutido. As pessoas são seres pensantes e incríveis. Experimente falar com aquela com quem sempre quis conversar e entenderá o que estou falando: o primeiro contato é excitante, o momento de descoberta. Todos têm um potencial verdadeiramente extraordinário.
Engaje em uma conversa que dure dois minutos ou duas horas e já estará mais rico em espírito. Sempre nos surpreendemos com o encontro de mundos particulares -  e como não? Entre tantos indivíduos que passam por nossas vidas com a riqueza de um "bom dia", haverão também aqueles que farão culminar um aceno breve em relação firme, seja ela de qual gênero for.
Se abra ao impulso, ao desejo primário de se comunicar verbalmente, e verá quão bom, libertador e construtivo poderá ser algo que começou com um simples "olá". A imprudência, em medida certa, nos encaminha ao que nos é, factualmente, agradável.
7,2 bilhões de pessoas ocupam o planeta Terra; são 7,2 bilhões de mundos a serem explorados. É provável que nunca consigamos investigar um a um, mas por que não tentar? 

Beijocolates,
#V

segunda-feira, agosto 19

Teste 092

Amor aos pedaços.
 
1)

2)
"Se o navio afundar, afundamos juntos - se tivermos de morrer esta noite, seremos eu e você para sempre, juntos, até que nos acabemos; eu estarei ao seu lado, mesmo que estejamos do outro lado." - Eli Lieb
 
3)
Quem somos nós para amar? - frágeis, imaturos.
Quem somos nós para não amar? - frágeis, imaturos.
Frágeis, imaturos, poetas natos.
Quebradiços, nos reconstruímos: esbanjamos vitalidade e desespero.
Pulsa, pulsa, pulsa.
Pulsa com intensidade - e cada célula é banhada em vida.
Jovens, amantes ou loucos.
Jovens, amantes e loucos.
 
4)
A iminência de ser feliz em conjunto, um abismo temporal.
O início reprimido do belo - reprimido por quê?
Quis. Quis intensamente.
Quis que quisesse tanto quanto eu.
Lutar por algo cuja visão foge de horizontes é exaustivo - lutamos?
Me contento - exausta.
Sorrindo ao imaginar se minha boca sentiria falta do gosto da sua.
 
5)
Eu ainda lembro de você nos dias chuvosos.
Por bobagem, penso quem seríamos - se eu houvesse dito.
O que foi? O que houve?
Decifrar gestos em ações - complexos.
Penetrar seus sonhos como invadiu os meus.
 
6)
"Insista, persista!" - desisto.
Não por raiva, medo ou mágoa: por cansaço.
Talvez, não agora.
Quando deva ser, se houver de ser.
Será.
 
Beijocolates,
#V

segunda-feira, agosto 5

Teste 091

Tendo chegado da Jornada Mundial da Juventude e ainda com gritos de guerra me assaltando pensamentos, poderia muito bem dissertar sobre a experiência espiritual que vivi comentando a taquicardia ao perceber uma multidão, vinda de países cuja existência me era desconhecida, unida por um motivo nobre: a fé. Mas não é para isso que estou aqui - não, não: quero escrever, ainda me recuperando com comida caseira e boas horas de sono em minha própria cama, quero falar sobre o que andam me falando.
OUVI DIZER...
#1 Que meus queridos não fazem parte do mundo real.
Sim, isso me deixou um pouco confusa. Algumas pessoas justificam atos rudes com intimidade e, quando questionadas, permanecem firmes com argumentos sobre como é melhor que sejamos destratados logo por nossos menores círculos, porque assim estaremos preparados para toda a brutalidade que enfrentaremos mais à frente. Devemos pensar um pouco sobre isso, afinal, não são poucos a dizer que carinho desprepara para a realidade, mas creio que não estão com a razão!
Não é maior a dor ao ouvir palavras bruscas de quem queremos bem do que aquela ao ouvir as mesmas palavras de um estranho qualquer? Me machuca muito mais receber críticas de quem me conhece bem do que de alguém que me flagrou em erro por alguns segundos de vida. Ora, que há de saber sobre mim um mero estressado, enquanto partilho segredos e bons momentos com meus amigos?
Em minha tão pouco humilde opinião, devemos sempre AMAR quem amamos, sem pecar em medo de redundância. Se formos amados ao máximo, desencadearemos um magnânimo ciclo perfeito: ansiaremos por amar mais os que nos têm amado, e estes amarão, e amararemos mesmo aqueles que participam brevemente de nossas vidas, e talvez eles amem também. A caridade elevada fará tão bem...
O mundo real é maligno se assim o enxergamos. A qualquer modo, haverá sempre alguém a nos acolher em abraços reparadores. Nossos queridos, familiares e amigos, são nossos portos seguros. A quem devemos recorrer em alegria e tristeza, certos em ter amparo. Não estão lá para amaciar-nos, como quem amacia um bife, e preparar-nos para a tão dura realidade, mas para serem nossa mais linda, pura e sublime realidade.

#2 Que abraços são pequenas orações.
O que me encheu de alegria! O discurso foi um pouco mais longo, mas acredito que esta frase se destaque e traduza muito do que o gesto tão simples realmente é. Há várias maneiras de abraçar, é verdade. Existem abraços que nos dissolvem e abraços que libertam lágrimas - não um enlace de braços qualquer, mas uma rápida comunhão de almas. Tornou-se algo corriqueiro, mas o especial é sensível.
Abraços dignos não deveriam acompanhar tapinhas nas costas - odeio tapinhas nas costas. Abraços dignos deveriam ser fortes e duradouros, para que cada palavra indizível seja ouvida e respondida. Ah, tantos abraços, e tanto num gesto simplório de amor!

#3 Que esquecerei pessoas importantes.
Eu não sei bem o que faz pessoas tornarem-se importantes. Tampouco perco tempo a perceber ausência de especialidade, só vejo o que está em destaque, em negrito, marcado em tinta colorida, sem motivo aparente. Pessoas especiais ocupam-nos pensamentos e nos fazem sorrir de um jeito gostoso. São companhia boa, não enjoativa, e que não requer contato constante. Os encontros entre você e quem "brilha no escuro" podem ser espaçados em meses, sem sequelar relacionamento em nível qualquer, pois, ainda assim, ela brilhará, e seu brilho parecerá lhe fazer cócegas.
A frase "Você sequer lembrará meu nome." foi proferida por uma boca cujo dono tenho em carinho. A princípio, que fique claro: nomes e fisionomias são meu campo forte (não é simplesmente maravilhoso reencontrar alguém na rua e perceber mudanças de causa temporal em corpo e energia, sem ser reconhecida?), ai de sua ousadia ao desrespeitá-lo!
Lembranças, como minha professora de Literatura há pouco falou, são nosso refúgio. Se não tivermos estas boas memórias a nos trazer felicidade em uma época em que lágrimas desgostosas nos cegam para a alegria, corremos o infinito risco de deixar a alma apodrecer. O passado nos ampara quando o presente, mesmo breve, é inóspito a nossos sonhos. Não apenas o bom passado acalenta nosso coração, mas também aquele que remete à tristeza - sabendo que já sofri e que, depois, sorri, renovo esperanças e bebo da certeza de que serei feliz outra vez. Alimentando-nos de sonhos e memórias, tendemos ao gozo eterno de cada instante.
Basta um esbarro de ombros - "desculpe!" - e a presença de cada um marcou a vida do outro. O esbarro, ínfimo contato momentâneo e ocasional, modificou caminhos, futuros e mesmo os genes de nossos filhos. Os acasos que modelam nossa existência, na verdade, não devem ser tão casuais quão pensa-se, e a mínima passagem de uma vida por outra já deixa sua marca em ambas. Tendo chegado ao ponto em que eu percebo e admito que você me marcou, acredito que seja importante e, sendo importante, é de difícil esquecimento. Sendo especial, espero de você o mais prolongado abraço e as palavras silenciosas mais ternas. Sendo especial, tenho atitudes suas registradas em mente e tinta, rosto em lápis e impressão, saudades em cenário e protagonismo.
Lhe direi uma coisa, porque sei que, enquanto ser humano, você, leitor, é especial - talvez não a mim, mas a alguém, e estou certa disto -: ainda que esqueçamos seu nome, recordaremos sua voz; ainda que esqueçamos sua voz, recordaremos suas palavras; ainda que esqueçamos suas palavras, recordaremos seu sorriso; e, ainda que esqueçamos tudo isso, recordaremos o bom sentimento que nos trazia com sua presença.
Lembranças, se não são eternas, são, certamente, duradouras. Porque transcendem o material, estão além do conhecido... Memórias se escondem em cada curva de nosso cérebro e, quando por bem, vêm à tona. Se confundem em tempos e nos surpreendem em horários inoportunos, anulando certezas e desenhando sorrisos em nossos rostos - ah, fotografias passadas...
Por agora, nos preocupemos em criar o passado que nos será célebre um dia.

#4 Que silêncios prolongados são carregados de sentimentos.
Sentimentos diversos - há diversos silêncios.
Há silêncios ternos, silêncios secretos, silêncios cúmplices, silêncios amorosos, silêncios impetuosos.
Há momentos nos quais sentimos uma necessidade tremenda de pronunciar algo, mas nada é dito - e a sensação parece atingir também a pessoa com a qual estamos; um silêncio no qual ambos desejem pronunciar verdades, mas se reprimam, quebrando a doçura da calmaria momentânea com inquietação pessoal, ainda que, não notoriamente, conjunta. Foi-me dito que haveria certeza do querer em tais situações - mas querer o que? Nos custa revelar. O que nos embriaga e nos faz bobos nos deixa, também, tímidos, mas, em sinceridade silenciosa, o que não é dito é sensível aos envolvidos.
Algumas pessoas comentaram que adorariam estar apaixonadas.
"Sinto falta de ansiar pela visão, pelo perfume de alguém" confessaram-me.
Sou partidária das paixonites e do calor que a gente sente só de pensar em um certo alguém, mas talvez argumente a favor por raramente estar apaixonada. O sentimento condicional, que depende do outro, nos deixa desconfortáveis. Passamos horas contra argumentando com nosso próprio umbigo: será que sim?, será que não? Somos dominados por uma incerteza que nos custa bastante - e seguimos em tortura, em pensamentos, julgando possibilidades e atrevimentos. Nos regulamos em tudo, nos transmutando ao agradável que parece desagradar o outro. Todavia, quando deslizamos um pouco e sentimos o rosto corar, abre-se um sorriso terno no rosto amado e aquela sensação assustadora e plena nos invade por completo, o estranho choque que percorre nossa espinha em ansiedade pelo toque, pela descarga do que é acumulado a cada retração de timidez. Se pudéssemos calar medos e nos entregar por inteiro...

#5 Que só é feliz quem tem coragem.
Uma verdade, por si só, contraditória, dita por quem não ouve os próprios conselhos, mas, ainda assim, verdade. Posso estar feliz, sem riscos, mas ainda sonhando com o que poderia alcançar sem o medo que tenho. Há sempre algo que sabemos que estamos perdendo, algo que desejamos, mas tentamos esquecer. Tentamos dizer a nós mesmos que o desejo dá e passa, mas, quando culmina em vontade, já não é facilmente ignorado.
É tão difícil abandonar receios... Woody Allen encaixa bem, em uma de suas produções, que "toda covardia vem do não amar". Podemos ficar um pouco chateados com sua colocação, mas jamais dizer que está mentindo. Quando o amor é real, faz com que negligenciemos quaisquer preocupações. O querer que consome expectativas traça meios e nos impulsiona ao abandono da incerteza.
Segundo alguns filósofos, a coragem é supervalorizada por uma historia de honra a guerreiros. Eu, por minha vez, acredito que coragem seja confiar em si próprio, e a autoconfiança é, sem dúvidas, uma porta larga à satisfação.
Mais importante que metodologia, porém, é objetivo, o que nos fará agir e quebrar barreiras, desafiar nossos próprios limites. Devemos sonhar. Sonhar bem alto e buscar realizar cada utopia particular. Se fracassarmos, saberemos quem procurar. As doces palavras consoladoras nos envolverão em uma aura de amor enlaçado, realizado, familiar. Em lembranças construídas e no acalento de um coração latente, habitará a certeza de que voltaremos a sorrir.
 

"O que eu ganho e o que eu perco, ninguém precisa saber." - Lulu Santos

Beijocolates,
#V

quinta-feira, agosto 1

Teste 090

"Para que um beijo seja muito bom, deve significar algo. Deve ser com alguém que você não consegue tirar da cabeça. Assim, quando os lábios finalmente se tocarem, vai sentí-los em toda parte. Um beijo tão quente, tão profundo que não queira parar para tomar ar. Você não pode fingir um primeiro beijo - confie em mim, você não quer isso. Quando encontrar a pessoa certa, o primeiro beijo será... tudo."
- Justin Chambers em "Grey's Anatomy"

segunda-feira, julho 15

Teste 089

A pele arrepiou-se por completo ao dedilhar suave em sua nuca. Pareciam estar envoltos por uma grande bolha, distraídos do mundo exterior - ali, na troca de olhares fumegantes, residia o puro amor, em um universo à parte. Suas unhas percorreram o comprimento de se braço, e os olhos adormecidos abriram em um sorriso terno - ela deixou-se deliciar com a curva dos lábios dele. Em silêncio, pensava se ele saberia quão bem lhe faz, mas jamais poderia afirma-lo em momento tão preciso. As mãos tocavam-se em lentidão e firmeza, dispersas, mas congruentes às palavras não ditas. Conversavam - ou não? As dissertações fluíam de boca a boca, ambas cerradas, caladas e secas. Imagina se ele se importaria em passar tanto tempo a seu lado e experimenta deleite inegável. Mas quão firmes estamos sobre sentimentos alheios?
O pulso é sensível aos tímpanos, a felicidade irredutível pregando-lhe um riso à garganta. Fita-o, mais uma vez, e ergue as sobrancelhas ponderando sua insegurança. Abraça-lhe o corpo, pedindo, secreta e silenciosamente, que fique um pouco mais. Em gesto desagradável de pressa, ele esquiva-se, sem demonstrar qualquer lamento profundo. Não querendo ser abusiva, engole em seco, volta-se a outros e inicia uma nova conversa, negando ressentimentos. Guardam novamente seus romances incertos e procuram aparentar, em intuito de proteção ao outro, indiferença.
Mais tarde, ao reencontrarem-se, mostrarão dentes em gesto exultante, ansiosos por códigos próprios cujas traduções não cabem à língua em pronúncia, mas em dança e calmaria desesperadas.
Ainda não serão capazes de admitir quão necessários são um ao outro.

Beijocolates,

#V


Devemos confessar que nada nos faz mais ansiosos por algo que o contexto misterioso no qual está inserido, não é mesmo?

quarta-feira, julho 10

Teste 088

O sol não deixa de radiar. Invariavelmente, está nos revelando mais um dia a cada manhã, ainda que não percebamos. Chove, mas ele está lá. Anoitece, mas ele está lá. Talvez seja plausível que Rá fosse o deus mais importante da mitologia egípcia. Em nós, a constante radiação, direta ou indireta, nos consome e nos repõe energia. Nos faz viver, mesmo em dias tristes. Mesmo em dias incertos ou dias arrasadores. O sol nos consola com a promessa de mais um dia e a calmaria do luar; nos dá tempo para pensar e ordena, pacientemente, que tomemos qualquer atitude. A cada dia que passa, fazemos o que bem entendemos com as vinte e quatro horas que nos foram concedidas. Às vezes, sequer levantamos do conforto de nossa cama, enrolados em preguiça e cobertores enquanto alguém nos espera ansiosamente. Não importa quão desagradável o amanhã pareça, o amanhã surgirá repleto de possibilidades.
Sorria.
O sol acolhe um sorriso com certa satisfação - nos aquece internamente. E lá está ele, brilhando a seu favor e em favor de todos os outros. É um novo dia. Um dia para reconstruir velhos sonhos, alimentar novos e realizar alguns outros. É tempo de ser feliz, simplesmente, e permitir que a felicidade invada-nos a alma bem como parecem os raios de sol fazer.

"Não importa quão longa e escura lhe pareça a noite: o amanhecer é inevitável" - mamãe

Beijocolates,

#V

domingo, julho 7

Teste 087

Acordar em meio à madrugada e ficar pensando, pensando...
Memorando bons momentos e formulando alguns outros que te façam sorrir.

Beijocolates,
#V

terça-feira, julho 2

Teste 082

É uma sociedade que teme a dor mais que tudo.
O consolo de um ombro amigo destaca-se como "Não fica assim", impedindo lágrimas ou qualquer sentimento ruim. Não há um desejo verdadeiro em descobrir a causa da agonia e tentar solucionar o problema; há, entretanto, uma energia gritante quando se trata de "deixar para lá".
Estamos sempre fugindo, fugindo... Sentimos um latejo nas têmporas e tratamos de nos medicar com dipirona: temos remédios para todo tipo de sofrimento. Depressão, gripe, indigestão, ansiedade, tudo. Mas será mesmo que não podemos aturar a agonia por alguns instantes?
Se só o veneno de cobra nos torna capaz de vencê-lo, me parece que encarar as angústias é o único antídoto provável para elas.
Temos que nos expor mais, chorar mais, indagar mais - ter medo, sim, e nos machucar quando já sabíamos que íamos cair. E só então poderemos nos reerguer, enxugar o rosto e seguir um rumo com conhecimentos aprimorados acerca dos desvios em nosso caminho.
Queremos uma vida indolor, mas já nascemos gritando, sufocados, desesperados: lutando para viver.
Ser forte não é contornar insatisfações, e sim enfrentá-las. Gritar em frente ao espelho, abraçar as pernas e então dançar... O sofrimento é humano e não acomete minoria - todos sofremos. Mas por que sorrir, sentindo o coração contrair-se, se podemos chorar um pouco e sorrirmos verdadeiramente?
Devemos aproveitar essa vida ao máximo: toda a dor e todo o prazer, conjugados. Se não há luz sem sombras e a recíproca é verdadeira... devemos afundar um pouco na água antes de aprender a nadar.

"In the daylight, we'll be on our own, but tonight I need to hold you so close..." - Maroon 5

Beijocolates,
#V

Teste 086

Querer tratar e não saber com quem.
É um assunto restrito a pessoas que não podem opinar a seu favor.
Cegos. Cegos por amizade ou impulso.
O choro é reprimido e dispõe-se a ouvir, ouvir... As palavras parecem machucar mais que os tímpanos: a própria ilusão.
A falsa realidade que criou ao conforto é, aos poucos, ameaçada, e a verdadeira indispõe-se.
O que dizer? Como falar?
As más situações cercam, sufocam. Não se sabe como agir e não há destino certo para a fuga.
A ajuda é negligenciada, inútil - ninguém quer realmente ajudar. Querem o caminho mais rápido, o êxtase de mais fácil acesso.
Sofre, sofre... Não por si, pelo outro.
Pelo outro que não se importa consigo mesmo, cujo sonho imprudente mal desgasta-se às mágoas incongruentes.

Beijocolates,
#V

segunda-feira, junho 3

Teste 084

Mãos inquietas e um ócio proveniente de mais uma dessas "viroses" me fizeram voltar a escrever. Por vezes, o Teste 083 ousou deixar de ser um rascunho, mas vou deixá-lo quieto por enquanto.
Fiquei muito chateada ao constatar que passo tanto tempo devaneando sobre amor, paixão e a percepção desses elementos nas nossas vidas. As coisas ficam meio monótonas quando não paramos de falar sobre um único tema, embora seja tão abrangente e oscilante. Então, sem pensar muito, vou tentar desviar o assunto de hoje.
"CONHECIDOS"

Catalogar pessoas não é tarefa fácil para muita gente (eu, na verdade, não sei se a informação procede, mas eu realmente espero que proceda; ainda tenho fé na humanidade!), mas é algo que nos é exigido constantemente.
"Quem é esse?": pergunta que gera muitas turbulências em relacionamentos entre terceiros. Às vezes, a relação é dada naturalmente, e não conta com qualquer título. Um dos envolvidos, ao ser questionado, prensará o outro em busca de respostas - e lá vem... Tanta pressão, tantas lágrimas e tanto chocolate desperdiçado! Mas por que, ao invés de sorrirmos e dizermos que é "alguém que me faz feliz" ou o que for, tentamos encaixar o perfil da pessoa em namorado, ficante, amigo colorido, marido, jardineiro...? Saindo de relacionamentos românticos.
As brigas predominantes da quarta-série foram em prol do "quem-é-melhor-amigo-de-quem". Discussão idiota, na minha opinião, mas talvez eu só pense assim porque demorei um bocado para responder e ninguém pronunciou meu nome na roda (não que eu seja menos maravilhosa por isso!); cria uma certa disputa entre as integrantes da patotinha - o que é bom, pela seleção natural - e todas passam a ser extremamente legais ou extremamente ridículas como vingança ou prestígio. Não sei como funciona entre os garotos. Talvez vocês simplesmente escolham o amigo favorito de vocês, como os vejo fazendo, e escanteie outros. É muito comum, nessa fase, um ser o "melhor" de muitos, então são formados grupinhos que giram em torno de seus representantes. Aqui se usa o "diga-me com quem andas que eu te direi quem és" - muito errado.
Se pararmos muito pra pensar em rótulos, as coisas vão ficar... metódicas demais. Imagine que você conheceu a pessoa mais fantástica de todos os tempos na semana passada e você se sentiu tão à vontade com ela e vocês combinaram de marcar uma saída e vocês conversaram sobre muitas coisas e você queria tanto chamá-la para assistir a uma peça incrível de teatro. E vai se conter porque "não tem tanta intimidade"?
Eu acho, sinceramente, que nós temos que ser meio porralouca, às vezes. Amizades começam com dois ou mais desconhecidos. Mas aí chega outro fator de importância: o local onde a amizade é estabelecida. Para muitas pessoas, é nesse momento em que o Determinismo faz total sentido. Eu, porém, vos digo: LARGUEM O COMODISMO! Estamos muito fixos no meio em que o encontro acontece; enxergamos cada um como se fosse apenas aquilo que nos está exposto.
Levante-se, vá até o espelho e olhe um pouco o seu reflexo, por favor.
Agora me conte: o que vê nele? O que pode me dizer sobre a pessoa refletida? Não, não quero reais respostas. Mas sua imagem não me diz muita coisa sobre você! Somos seres complexos, mutantes, compostos por verbos, atitudes. A pessoa que eu vejo quando olho na sua direção é distinta à que outra pessoa vê quando faz a mesma coisa. Se não ousarmos imaginar um pouco e extrapolar um pouco, o que nos resta? Encontrar colegas no colégio, no trabalho, na faculdade e nos limitar a conversas repetitivas sobre o chefe, os casais e os professores? Ah, me poupem! Convidem um grupo de conhecidos para sair, tenho certeza de que será agradável - se for de sua vontade. Cada um de nós, ao fundo, só quer ser feliz. Temos todos modos distintos de buscar a felicidade, mas o desejo de alegrar-se nos torna comuns e, se deixarmos um pouco de espaço para que o outro possa se expressar, veremos quão incríveis todos nós podemos ser.

Beijocolates,
#V


P.S.: Talvez não matutando sobre paixonites, mas ainda perdendo o foco de tudo kkkk

domingo, março 24

Forever Young


Acho que esse ano, especialmente, eu venho passando por uma forte incoerência de pensamentos e expectativas com relação ao futuro. Por um lado, estou extasiada com a proximidade do vestibular e, em seguida, a universidade... é como se a minha vida finalmente fosse começar de verdade e tudo mais, mas, por outro, antagonicamente, eu não quero que o ensino médio acabe e que aconteça aquele distanciamento dos seus amigos do colégio que todo mundo fala.

Preciso confessar: eu morro de medo de chegar ao mundo real e não estar preparada. Querendo ou não, a primeira vez que eu peguei um ônibus sozinha foi no final do ano passado, a primeira consulta ao médico que marquei sem a mediação da minha mãe foi esse ano e ainda bem que essas coisas aconteceram, mesmo que recentemente. Imagina eu ter que pegar o primeiro ônibus da minha vida indo pra a primeira aula do ano na faculdade, aí eu me perco e acabou-se o mundo.

E se realmente chegar a minha hora de viver de verdade, de lidar com problemas reais e muito maiores do que eu e não estar preparada?

Estou passando pela velha Crise do Peter Pan, sabe, aquele menino que se escondeu do mundo inteiro e foi para um planeta distante onde ele não precisava crescer nem amadurecer... pois é, é exatamente assim que eu me sinto agora. Se eu pudesse, escapava da realidade por algum tempo, mas, como o próprio nome do planeta de Peter Pan já diz (Terra do Nunca), isso é impossível.


sexta-feira, março 22

Teste 081



H: Você me dá um arrepio com todos os seus defeitos. Eu ainda amo você; tinha de ser você... Tenho pensado muito, e é isso: eu amo você.
S: O quê?
H: Eu amo você.
S: Como espera que eu responda a isso?
H: Que tal: 'eu também amo você'?
S: Que tal: 'vou embora'?
H: O que eu disse nada significa para você?
S: Desculpe, Harry. Eu sei que é véspera de Ano Novo, sei que você se sente só... mas não pode aparecer e dizer que me ama, e esperar que fique tudo bem. Não é assim que funciona...
H: Então, como funciona?
S: Não sei, mas não é assim.
H: Então que tal assim: adoro que você sinta frio quando lá fora faz 22 graus. Adoro que demore uma hora e meia|para pedir um sanduíche. Adoro esta covinha sobre o seu nariz quando me olha como se eu fosse um louco. Adoro quando passo um dia com você e sinto seu perfume na minha roupa. E adoro que você seja a última pessoa com quem falo à noite antes de dormir. Eu não vim só porque estou sozinho ou porque é véspera de Ano Novo. Vim porque, quando chegamos à conclusão de que queremos passar o resto da vida com uma pessoa, desejamos que o resto da vida comece o mais cedo possível.
S: Está vendo? Isso é bem seu, Harry. Você diz essas coisas, tornando|impossível para mim lhe odiar. E eu odeio você, Harry. Eu realmente odeio você... Odeio você.
Harry e Sally: feitos um para o outro (1989)

Beijocolates,
#V
P.S.: Com as minhas tias em casa, tenho acompanhado flashes de "Salve Jorge" e, depois de aulas sobre a fortíssima cena que Graça Aranha retrata em sua obra, "O Canaã", devo dizer que a intertextualidade está em entrelinhas berrantes no nosso dia-a-dia. Me revoltam os adultérios, os desencontros, o "quase" e toda essa coisa real que as telenovelas retratam. Ah, por favor! Agora o mocinho está apaixonado pela vilã cruel que estragou sua vida romântica? E esses nomes? O marido da delegada ouve o adjetivo - porque, no meu país, "morena" é característica, não nome próprio - e começa a boicotar a droga da novela inteira?! Espero, mesmo, só ter paciência pra essas coisas depois dos 76...

segunda-feira, março 18

Teste 080

O pânico                          As histórias     Os sorrisos
As palavras                       O tilintar da chuva
O verão                                     As meias verdades              As vitórias
                                       A espera                                                  Os sonhos            A água fria
Os trovões
A saudade                O romance                                  A loucura
#V 

domingo, março 17

Teste 079

Qual o segredo em se apaixonar?
Ando muito intrigada acerca do tema, buscando e buscando uma resposta que não vem. Claro que todos vão me responder "Ah, sabe como é: simplesmente, acontece!", mas... Como conseguem? Estou sendo pouco esclarecedora, sei disso. Então vamos contornar tudo isso.
Nem comecem a cantarolar, não estou aqui para rituais diabólicos nem nada do tipo.
BAD ROMANCE
Você olha para aquela pessoa übercool e sente o coração acelerar.
Alguém toca seu braço, com um sorriso bonitinho no rosto, e você sente o sangue fluir para as bochechas, ou para qualquer outro lugar.
Outrem lhe dá um beijo perigosamente perto da boca, e o melhor a ser feito parece ser segurar firmemente sua nuca e manter uma proximidade razoável e tentadora.
Pois bem, é assim que começa - às vezes. O que fazer quando todas as pessoas ao seu redor são übercool, têm um sorriso bonitinho, não sabem beijar rostos e fazem sua cabeça explodir (não literalmente, por favor)?
Alguém nesse mundo já parou para pensar sobre quão ótimos são todos aqueles com quem passamos bom momentos, maus momentos e, bem, momentos?
Essa coisa de se apaixonar é muito injusta: fazemos uma seleção, naturalmente, e sequer percebemos qualquer coisa, até que nos pegamos pensando um  pouco mais em certo indivíduo - o vencedor dessa loteria fajuta, nosso coração - tum. tum.
Coração é um dos principais órgãos para a nossa vida ou sobrevida: é ele quem bombeia sangue para todos os nervos de nosso corpo e ainda permite um pouco de rubor facial, só para nos quebrar. Mas então, o que tem a ver o coração com o amor? Se alguém não tem uma explicação tão criativa, deixa subentendido que foi puro luxo de alguma era antiga - beeeem antiga. Que tal empregar clichês? "O amor/coração é a razão de ser, é o amor/coração que nos dá a vida; o amor/coração é hábil, o amor/coração coordena cada movimento, desde um sorriso até uma lágrima; o amor/coração..." Bem, pois não. Meu córtex não fica exatamente contente com todo esse monopólio amoroso.
Então você tem mil e trocentas amigas super gatas e simpáticas e meigas e que lhe dão vontade de convidá-las para entrar, tomar um chá e conversar besteiras? Hmmm... E acredita mesmo que, um dia, conhecerá uma outra mulher super gata e simpática e meiga e que lhe dará vontade de convidá-la para entrar, tomar um drink e conversar sobre a bolsa de valores? Suponhamos que isso realmente aconteça, e você fique especialmente encantado por essazinha aleatória. E isso lá é justo? Poxa, suas mil e trocentas amigas foram super gatas et cetera durante anos e você simplesmente dá a preferência à novata? Por quê? O que ela tem a mais?
É uma pergunta sincera que também faço às garotas: não neguem que seus amigos são uns fofos. O jeito que cada um tem de abraçar você, ouvir seus dramas, fingir que se importa, rir com timidez, bagunçar os cabelos... bem que lhe deixa abalada, não? (Só um pouquinho, vai!)
O que alguém deve fazer para se destacar em meio a pessoas tão espetaculares? Porque até podemos sentir um carinho especial ao lado de um, mas, quando estamos na presença de outro, pensamos que é o certo. Quantas facetas! Talvez fosse bem mais simples triturar todas essas pessoas e bancar o louco do Frankenstein - conceberíamos o ser perfeito...
Mas talvez não fosse tão perfeito se fosse um só - hmmm...
Não adianta fugir desse jogo de sorte - sim, o amor. Seu coração, córtex, alma, ou como preferir, talvez esteja mandando sinais agora mesmo, e você não esteja conseguindo captar muito bem... Essa droga de sinais "disfarçados", terríveis. Parecem óculos de grau extra-forte, quando só precisamos de um pouco de colírio! Digam, da próxima vez, que precisam, sim, de um novo telefone celular. Quanto ao velho? Dê de presente para essa coisa abstrata à qual refere-se por "coração" - quem sabe assim fique mais fácil.
E quem disse que o amor não sabe enviar mensagens de texto?!


"As mulheres podem tornar-se facilmente amigas de um homem; mas, para manter essa amizade, torna-se indispensável o concurso de uma pequena antipatia física." - Friedrich Nietzsche

Beijocolates,
#V

segunda-feira, março 11

Histórico de layouts

Tava fuçando o blogger e acabei encontrando todos os layouts de todos os blogs que eu já fiz OMG QUE EMOÇÃO e tinha que resolvi postá-los aqui, principalmente porque eu fiquei surpresa com a falta de qualidade dos primeiros.

Figurinha de Caderno/Bakery Sale



































 Fábrica de Milkshakes




Resto









Desculpem-me pela péssima qualidade das imagens, mas foram as únicas que eu consegui encontrar.

domingo, março 10

"Esquece isso"

       Interessante é a forma como as pessoas encontram de não lidar com os problemas que mais as afetam, machucam e martirizam diariamente. Todos já devem ter percebido que, quando ocorre algo sério com algum amigo seu e ele está triste e acabado por conta disso, o primeiro conselho que sai da sua boca é "não pensa nisso não"; o mesmo acontece quando você é a vítima do problema e recebe conselhos semelhantes, muitas vezes, porém, pensando "é fácil falar, difícil é fazer". Então por que você dá a mesma porcaria de conselho?!


       Hoje eu estava pensando no porquê de ser tão complicado simplesmente não pensar sobre algo que te incomoda e cheguei à seguinte conclusão: as pessoas que têm conhecimento da situação te dizem constantemente "esquece isso", "deixa pra lá". A certa altura do campeonato, você mesma, sempre que se preocupa com a questão, repete para si mesma "esquece isso" e jura mentalmente "deixar pra lá". Acontece que, no simples e involuntário ato de parar e lembrar que não devo pensar sobre o assunto, já pensei várias vezes; daí pra frente, o objetivo (muito difícil, por sinal) passa a ser esquecer de não lembrar.
       Agora me diz, por favor, como eu vou esquecer de não lembrar se aquilo martela a minha cabeça cotidianamente. Venhamos e convenhamos, um problema que mereça um "esquece isso" não é qualquer nota baixa, computador tiltando ou comida queimada.
       Para continuar o texto, vou categorizar os tipos de problemas para melhor entendimento:

1- "Que besteira, menina!": A revista de assinatura semanal não chegou no dia certo ou você esqueceu de fazer a sobrancelha em um dia de festa do colégio;

2- "aff, odeio quando isso acontece comigo": A unha quebrou ou o twitter não tá logando;

3- "shh" (alisada no ombro): me ignoraram na conversa ou fiz uma piada que ninguém riu;

4- "puts": acordei atrasada pro colégio ou comprei uma roupa menor que meu tamanho;

5- "caramba": meu ipod quebrou ou perdi meu celular;

6- "vai dar tudo certo": vou fazer uma cirurgia ou meu cachorro está doente;

7- "não pensa nisso": varia entre acabei um relacionamento e meu avô tá doente;

8- (silêncio e abraço): eu estou doente ou algum dos meus pais morreu.

       Sei que devo ter pulado uns 20 tipos de problemas intermediários aí, mas você entendeu o ponto. Agora que tudo já está, como diria um ex-professor meu "clear as the sun - claro como o sol" (sim, ele falava em inglês E português, pra dar ênfase), continuemos.
       Não. Não dá pra não pensar no seu avô doente. Não dá pra não pensar naquele menino quando ele dá sinal de vida direto pelo Facebook. Não dá pra não pensar. Mas não vale dar uma de ignorante e dizer isso pra a pessoa que tenta te consolar. Todos sabemos que não dá pra deixar pra lá, mas, acredite, ajuda bastante se você parar de falar sobre isso (chega um ponto que ninguém vai te aguentar mais falando a mesma coisa todo dia).
       Não pare de dar esse conselho, dá a entender que você se importa, e não pare de pensar sobre os seus problemas, eventualmente você entenderá porque aconteceram ou aprenderá a aceitá-los.

J

sábado, março 9

To Do List

       Se não me engano, desde a sexta série, eu, poucos dias antes do réveillon, escrevo uma lista com todos os meus objetivos para o ano que chega.
       Não sei você, mas eu sou fã de organização (que minha mãe nunca leia isso e queira me desmentir). Não necessariamente organização material, leu isso, mãe?, como a do meu quarto, caderno, guarda-roupas ou bolsa do colégio, mas a organização de "coisas pra fazer" do dia, da semana, do mês e do ano (sim, eu tenho listas e mais listas espalhadas pelo meu armário, em papeis avulsos, referentes a dias e anos já passados).
       Ao estabelecer suas metas para o ano seguinte, você garante a possibilidade de consultar sua lista durante o ano, para o caso de ter se esquecido de fazer alguma coisa tendo a oportunidade, perceber o quanto suas prioridades mudaram do começo ao fim do ano e, mais importante, riscar da lista, no réveillon seguinte, tudo aquilo que você fez e se sentir realizada (ou não, né) por ter conseguido atingir X% de seus objetivos.
       Particularmente, não sou exatamente fã de mostrar minhas metas para outros, mesmo para meus amigos, desde que eu achei minha lista de realizações para 2009 e dois dos itens eram "arranjar um namorado" e "gazear mais aulas", o que me fez sentir suficientemente ridícula. Para os curiosos, apenas um dos itens estava marcado... e acredito que todos saibamos qual era.

obs.: Esse ano eu comprei uma agenda pra não ter que anotar as coisas em papeis soltos, e as listas me ajudam diariamente a não esquecer de fazer algo que eu devo.

J

Teste 078




É o nosso jeitinho próprio de guardar o que é bom para sempre.
#V

sexta-feira, março 8

Vestibular

Não faço ideia de quantas pessoas constituem o público leitor desse blog, mas escrevo para todos os terceiranistas de 2013 interessados em passar no vestibular 2014.

       Na vida de cada um, acredito eu, haverá uma época negra repleta de experiências as quais, olhando para trás, no futuro, arrependemo-nos de tê-las vivido, mas não do resultado de tais erros, de tudo o que aprendemos com eles. Apesar de ainda nova, creio que já cometi ao menos 90% das mais graves faltas que se poderia ter cometido sendo uma menor de idade, mas esse período que já se foi definiu grande parcela da minha atual personalidade e cada pequeno detalhe da minha vida foi como deveria ter sido para tornar-me quem hoje sou.
       Dentre as muitas lições assimiladas por mim nos últimos anos, após erros consecutivos, uma das mais preciosas se resume à frase "se quer algo, faça por merecer". Não se ganha o respeito do próximo através de atos estúpidos semanais; não se tem paz familiar negligenciando os pais e desrespeitando-os; e, finalmente, não se passa no vestibular merecidamente sem estudos e esforço.
    Digo-lhes, então, que levem a sério esse ano, estudem arduamente, mas sem exagero ou desespero, e lembrem-se sempre da concorrência. As festas continuarão acontecendo, mas você não precisa frequentar todas; Porto Seguro vem aí, mas essa viagem não precisa ser a sua razão de viver até julho; namorar ou sair com as amigas é importante, mas saiba organizar seu tempo. Não vale a pena chegar do colégio cansada no final da tarde e ir malhar diariamente, deixando de estudar; pense que, se você passar, ano que vem você terá muito mais tempo para essa malhação.
       Pense sobre isso e reflita, reveja suas prioridades e, se discordar de qualquer palavra aqui escrita, mesmo após a reflexão, não a siga.

Espero que ajude.

quinta-feira, março 7

Teste 077

Depois de ter passado por uma aula inteira de Química desinteressante, estava pilhada. E comecei a refletir sobre quão injusto é o tempo, em algumas medidas...
TEMPOTEMPOTEMPO

Crescemos ouvindo sobre a "aborrecência", o momento em que os mais dóceis tornam-se capazes de explodir automóveis, etc., mas nunca pensamos que seria tão difícil. A crise de identidade é sutilmente posta em nossas vidas; sem autonomia adulta, sem dependência infantil, ficamos todos presos e surtados no "meio" do processo. E o que somos nós, afinal? Se nos achávamos gostosas quando cursávamos o nono ano, hoje rimos contrafeitas das pernas finas e calombadas que, graciosamente, estão ficando no passado. Mas se hoje nos achamos o máximo por ter as respostas mais inteligentes, é provável que, em alguns meses, comecemos a imaginar se éramos tão inteligentes assim: é natural; é humano e evolutivo - mas desagradável.
Se já não basta a maturidade oscilante e o organismo em adaptação, a sociedade terá algo mais a lhe propor: um vestibular. O termo está definido em um dicionário de bolso como "exame de admissão às escolas superiores", apenas, mas quem já prestou ou vai prestar sabe que não acaba por isso mesmo. A partir do momento em que colocamos os nossos pés em uma sala de Ensino Médio, deixamos de ser seres humanos e passamos a ser vestibulandos. Uma missão nos é dada: sermos aprovados - embora não seja assim tão fácil.
Diferente dos animais irracionais, os humanos conseguem investir tempo e esforço para obter uma recompensa a longo prazo - mas ninguém disse que seria moleza. Acontece que apenas 5% de nosso cérebro comanda o alterego, nossa racionalidade, enquanto todo o resto quer logo, para já, tudo o que nos fizer feliz (isso justifica alguns casais vaivéns por aí), e, em termos de imediatismo, o vestibular perde feio - o que mais tedioso a uma mente criativa que passar um ano em estudos longos a ocupar dois terços de cada dia? Combater preguiça, imaginação e a nova temporada da sua série favorita parece quase impossível... é justamente aqui onde entra o universo pendente, pois, se você achou que estatística, mol e silogismo não eram bons motivadores, é chegada a hora da pressão.
Seja por querer ou por costume, alguém sempre pergunta "como vão os estudos?" ou "passou?" (esta pode vir antes mesmo de a segunda série começar). Essas pequenas pontadas, ingênuas, fazem um despreparado entrar em parafuso: além de ter de estar morto para o mundo durante um ano, enfiado entre cadeiras desconfortáveis em uma salinha gelada, devorando volumes científicos, precisa conseguir uma boa aprovação em uma boa faculdade de um bom curso. A questão do curso começa desde cedo: Publicidade, Enfermagem, Administração, Psicologia, Nutrição, Jornalismo, Química Industrial... você pode fazer o que você quiser, desde que queira Direito, Medicina ou Engenharia.
E você pensa que, apesar dos livros que você deve ler, apesar das espinhas horrendas no rosto, apesar das festas às quais você vai ou é proibido de ir, apesar das tardes de ensaio, apesar das dezenas de matérias isoladas, apesar dos corações partidos, apesar dos sorvetes derretidos, apesar das notas baixas, apesar dos marca-textos acabados, apesar das borrachas desaparecidas, apesar das dores nas costas, apesar de ter que fazer bem a prova da sua vida, apesar dos encontros, apesar das amizades rompidas, nós conseguimos dar conta, superar o mal tempo e enfrentar a fase adulta. O que eu posso dizer? Concordo com você, ou pelo menos deveria - não me resta muita opção se eu resolvo discordar. É que o tempo avança, quer a gente acompanhe ou não. Por ora, abrimos mão de uma boa sesta e dos filmes imorais que estão em cartaz, tentando driblar os obstáculos dessa porralouquice toda.

"O tempo, às vezes, é alheio à nossa vontade, mas só o que é bom dura tempo o bastante pra se tornar inesquecível" - Chorão


Beijocolates,

#V
P.S.:Breve comentário sobre a morte de Alexandre Magno - como costume, apesar de ser contra a ideologia do falecido, as vendas dos produtos de Charlie Brown JR. vão disparar; o pequeno trecho ao fim desta postagem não vem de ibope acrescido, mas de um gosto em particular. Escutem "Vícios e Virtudes", acompanhem a letra, façam um minuto de silêncio e orem, segundo sua própria crença, por alguém que deixa este mundo para trás.
P.P.S.: Como prova do meu não-fanatismo-instantâneo, admito-lhes que não sabia quem era Hugo Chaves até o óbito - ignorante, sim, mas sincera.

quarta-feira, março 6

X - Parte 2

Certo, admito que eu quero escrever logo a historia toda e temos todo o tempo do mundo (como diria Legião Urbana) pra ler e escrever o que bem entendermos. Então aqui vai a Parte 2.

X imaginara o diálogo que teriam sobre o assunto durante toda a semana, e chorava a cada vez, por sempre simular o pior. Ela, de coração partido, põe-se a chorar ao ouvir o temido "não" vindo do garoto.  Como previsto, o pior veio. Apesar de ele não tê-la contado, X soube de primeira mão sobre o namoro entre J e T, sobre as vezes que ele foi à casa dela e o esforço que ele fazia semanalmente para visitá-la num bairro distante. X sofria um pouco mais, mas gradativamente se deixava esquecer de sua paixão por J. Mesmo sentindo-se tão perto da vida dele por saber de cada detalhe, X sabia que estava mais distante do que nunca. Recentemente, enquanto stalkeava o FB de J, X viu uma postagem na qual o garoto afirmava querer ir a uma festa sem a namorada, e identificando-se como solteiro, e informando ao amigo sobre uma viagem para outro estado, na qual iria para uma festa e, em suas próprias palavras, "vou beber pra caraaai, doidoooo kk". A cada dia, X se vê mais feliz por não ter seguido em um relacionamento com J, e, mesmo tendo sido doloroso, reconhece que o sofrimento teria sido maior.

Fim (por enquanto...)

terça-feira, março 5

É demais pra mim

       Eu sei que aqui não é exatamente o local mais apropriado pra postar todas as minhas ideias e coisas que passam pela minha cabeça (ou será que é?), mas eu percebi que meu twitter é muito mais exposto e muito mais visitado pelas pessoas que eu conheço, o Facebook não é nem de longe apropriado pra isso não, NÃO É apropriado pra postar cada um dos seus pensamentos diários, pessoas jegues que dão "boa noite faces" e o Instagram nem se fala, né.
      Pois então aqui estou eu, escrevendo já meu quarto post consecutivo depois de mais de um ano tendo abandonado o blog.

E repito:

    É DEMAIS PRA MIM!    


      Hoje eu estou com muito na cabeça e preciso externar desesperadamente. Não acho que ninguém tem a obrigação de ler o que vou escrever aqui, até porque é muito provável que chegue ao tedioso para alguns, mas eu não me importo, de verdade.
       As mais diversas preocupações me enchem a cabeça hoje, entre elas está a típica consciência de não estar dando o meu melhor nos estudos nem me dedicando tanto quanto eu poderia. Por isso, resolvi só entrar no computador/ipod por questões relacionadas ao colégio e, fora isso, tenho uma cota de 2h/dia. Imagino que muitos consideram isso muito, mas levando em conta o meu vício e que hoje mesmo eu perdi pelo menos 5 horas entre jogos no ipod, TV e internet e dediquei-me, estourando, a 1h de exercícios de física e biologia.
       Eu saí do cursinho de matemática porque achava que o professor era muito devagar com o assunto, e considerava o tempo gasto em suas aulas um grande desperdício de horas de estudo importantes, acontece que hoje, dia em que costumava ter cursinho, ao invés de ter 5h de aula, tive 5h de besteiras.
       Outro fator da minha preocupação foi o meu peso. Não que eu seja extremamente pesada, até porque uma pessoa de 1,5 metro não poderia pesar tanto assim, mas a minha barriga está crescendo e eu estou definitivamente incomodada, principalmente porque a costureira que ajustou as minhas camisas da farda do colégio, deixou-as num tamanho muito menor do que o que eu pedi, então a blusa fica rente à minha barriga, evidenciando sua existência. Resolvi, portanto, correr todos os domingos de manhã pra manter meu colesterol num nível baixo (tenho problemas de colesterol) para não prejudicar o meu tratamento - que já estou fazendo pela terceira vez em três anos - com o Roacutan, que aumenta o colesterol consideravelmente.
       Além disso, amanhã eu vou colocar aparelho ortodôntico para passar, no máximo, 8 meses com ele; estou cursando o terceiro ano, então não tenho exatamente muito tempo para me adaptar a todas as mudanças; quero muito passar no vestibular na metade do ano para me poupar de 6 meses de estresse e estudo intenso e para dar o veredicto de se meus estudos são, ou não, o suficiente. Claro que é melhor prevenir do que remediar, portanto tenho que fazer valer cada intervalo de tempo razoável que eu encontrar para o estudo.
      Felizmente, estou pelo menos fazendo exercícios diariamente em casa, o que já é um grande avanço do ano passado pra cá. Ano passado eu só estudava nas vésperas de provas e quase nunca "dava tempo" de fazer exercícios para testar meu conhecimento antes das avaliações. Considerando que eu fiquei na recuperação final de duas das minhas específicas do vestibular e levei ponto de corte na federal e minha arqui-concorrente no CTG não só não ficou em nenhuma final como é ótima em química, estudou o ano passado inteiro e ficou classificável na federal, como também tirou uma nota maior do que a minha no SSA e em quase todas as matérias no boletim do colégio. Me resta, por fim, estudar e TIRAR UMA NOTA MAIOR QUE ESSA VADIA conseguir um bom resultado no vestibular.
       Pra completar, uma das minhas melhores amigas se afastou um pouco esse ano por causa de uma novata (nada contra, a novata é muito legal, mas elas podiam passar os intervalos COM a gente, e não sem...) e eu estou tocando violão e cantando pessimamente (acho que é o estresse).

Mas ao menos minha relação familiar está boa.


Obs.: Mal posso esperar pra o ano que vem chegar, mesmo amando a relação da turma no terceiro ano com as brincadeiras e tudo mais, eu preciso ter tempo livre pra ler, preciso acabar com essa rotina preenchida com coisas que não me interessam diretamente, preciso fazer o EJC, preciso me redefinir. Porque eu sei que eu não estou agindo, no presente, como a pessoa que eu sei que sou e posso ser.