sábado, março 24

Teste 039

Nunca me arrependeria de nada, mas permito que a culpa me desgaste um pouco, alegando a moleza e a dor no corpo como consequências gripais.
As cortinas agitam-se com a brisa de um final de manhã, e me dou conta de que o tempo que passou e me tomou conta já me fez perder um curso e uma aula.
A culpa acomete mais uma vez, fazendo minha cabeça divagar por memórias não tão distantes, o pesar delas e de minhas pálpebras quase em pressão suficiente para a humilhação.
A culpa por magoar alguém e por ter sido egoísta em uma questão que não cabia somente a mim, sucumbindo brincadeiras provocativas e pouco favoráveis a qualquer envolvido.
A culpa por pensar que cada mergulho é um flash e agir sem prudência alguma, rindo histericamente em vã tentativa de ocultar o olhar triste.
A culpa por chorar e sangrar por dentro, e tentar me mostrar forte ao fazer sangue e lagrimas expostas, não minhas, em um rosto tão amado.
A culpa de ser ignorante e culpada, responsável e idiota, sem força de vontade e mesmo sem força para negar minhas vontades.
Culpa. Algo que carrego no peito e entre cada sorriso.
Culpa. Algo que guardo em cada suspiro sofrido.
Culpa.
Simplesmente culpa.
O que há comigo, afinal? Como pode uma adolescente passar horas definhando a respeito de algo que tinha total consciência de estar fazendo, agora rancorosa, preocupada, magoada, culpada, ridicularizada, chorando pela humilhação que ela mesma impôs a si mesma? Quanto drama! Quanta façanha! Cada palavra não dita, cada abraço longo e mudo, cada olhar, cada suspiro em dessoro ação, cada umidade ocular retida. Cada desconfiança...
Me desculpe. E ao dizer "desculpe", sei que reconheço minha culpa e a responsabilidade. E peço para tirá-las de mim. Me perdoe, urgentemente. Com todo o seu coração. Sei que errei e sei quanto errei. Espero que saiba. O quanto doeu em mim, também.

"I said I love you and I swear I still do" - Nickelback

Beijocolates,
#V

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