quinta-feira, novembro 29

Teste 072

Olá, olá, como estão todos? Andei lendo umas postagens jurássicas aqui na Fábrica e sinto que meu tanquinho rendeu mais com as gargalhadas do que renderia com uma série de abdominais - juro! Ainda bem que crescemos, apesar da síndrome do Peter Pan, e aprendemos coisas novas a cada dia - só assim pra aliviar os meus "vc", "psoa", "eae" e "chingar", porque, né...
Mas vamos falar mais sobre o passado.
Vamos falar sobre...
EX.NAMORADOS

Sim, sim, ex-namorados. Há ex-namoradas, também, mas não posso falar delas, pois nunca as tive.
Namorar é divertido, na maior parte do tempo: há todas aquelas piadas que só os dois entendem e a simplicidade com a qual ficam felizes. Trocam juras de amor e beijos devotos, crentes que jamais saciarão o desejo da companhia um do outro. O desapego vem espreitando, perigoso, sem ser notado pelo casal, provocando tropeços e salientando defeitos - antes charmosos - com os quais não se pode conviver.
E então a paixão perde força e intensidade, vai minguando, discreta... quando nos damos conta, já é tarde demais; estava acabado e não tínhamos percebido! Nos perguntamos como pudemos ser tão tolos, cegos e medíocres, mas a verdade é que já sabíamos - de alguma forma intuitiva, já sabíamos que o romance tinha chegado ao fim.
Términos causam felicidade, alívio, saudade, tristeza, raiva, desespero, entusiasmo, perdas (de peso ou de amigos) ou ganhos (de peso ou de amigos). Sempre reagiremos de forma diferente, dependendo de quem foi aquele certo alguém em nossas vidas.
Às vezes, colocar um ponto final em uma historia de amor acarreta fins trágicos de amizades agregadas - esses amigos-da-namorada-ou-do-namorado que acabam simpatizando com a gente (bem, a simpatia acaba por aí). O modo como cada um supera ou tenta enfrentar o "tchauzinho" varia, dependendo dos dois envolvidos.
É provável que você só consiga olhar para trás e odiar-se por todas as coisas mais odiosas que lhe foram feitas. Neste momento, peço-lhe que lembre-se também dos bons momentos. Das músicas que ouviram juntos, das noites insones, das sessões de cinema desperdiçadas, dos risos repentinos... Admita uma coisa: até que a metade da sua laranja era bem legal; afinal, se não fosse, por que raios se apaixonaria por ela, não é mesmo?
O que acontece em grande parte dos rompimentos é um declarar morte ao outro - e o ser, tão amado por tanto tempo e com tanta intensidade, é declarado morto, simplesmente. O indivíduo deixa de existir na vida de quem o matou psicologicamente: nada de sorrisos, nada de compaixão, nada de novidades, nada de cumprimentos educados - nada. Nada: ausência de tudo - me parece ser algo gigantesco. Pois como pode alguém ser nada na sua vida? Deve ser alguém importante - ou deve ter sido, um dia.
Durante os relacionamentos amorosos, um laço íntimo de amizade é criado entre os envolvidos: é ela para quem ele telefona, é ele em quem ela pensa... Mas e depois?
Criou-se uma lei boba: devemos esquecer aqueles que se foram. Deste modo, parece que estamos tratando de falência, mas espero que entenda o que eu quero dizer. Nos é dito, desde o ventre, que temos de superar quem nos quis mal um dia. Superar: tornar-se superior - quanto egocentrismo de nossa parte, não? Viveríamos mais em paz sendo altruístas e humildes, sorrindo sem segundas intenções.
A felicidade seria bem mais fácil se não fôssemos tão vaidosos.
Todas as pessoas do mundo têm algo bom dentro de si, até mesmo a "chata" da sua vizinha. Você é o porre da vida de alguém, também, não pense que brilha no escuro. O ex-namorado tem qualidades que superam muitos de seus defeitos - e quero que saiba disso. Você não precisa apaixonar-se por ele, mas precisa confessar que ele é uma boa pessoa. Sabe aquelas saudades lamentáveis do bom amigo de um tempo atrás? Por que continuar fazendo pose de forte, se a única pessoa a perder com isso é você?
Chame. Pergunte como vai. Ofereça um de seus melhores sorrisos.
A amizade pós-experiência amorosa não é estranha, é maravilhosa! Contanto que você permita a si mesmo provar dela, verá quão boa é. Não vou lhe esconder os riscos, porque sei que cada um é cada um e, como já disse, as pessoas reagem de modos distintos: mas por que não tentar?
Se um testemunho é válido nessas horas, terei orgulho de anunciá-lo: dois de meus melhores amigos são ex-namorados (meus) e isso - infelizmente - não os faz poupar detalhes sobre o que andam lendo ou o que andam sentindo; não me arrependo de nada que tenha feito! Alguns rolos enrolaram-se, mas a amizade, ainda que enevoada, perdura. Um coleguismo relutante devido à praga do primeiro amor e, por fim, se nada na vida são flores, admito meu fracasso: não pude manter um outro próximo por muito tempo. Mas sustentarei de cabeça erguida e um sorriso no rosto - quem sabe ele não para de desviar o olhar?
Estou lhe pedindo que tente, faça um esforço, construa pontes, derrube muros, ultrapasse linhas, cruze limites, ouse, arrisque e abuse da sinceridade - vale a pena. Entenda se a resposta a seus apelos não for muito boa: reconciliações exigem um grau de maturidade que a muitos falta. Não sinta a culpa cair sobre seus ombros pela rejeição, mas permita-se exultar ao conquistar o que cobiça.
Ainda estou falando de amizade - a amizade, indiferente a todos os fatores, é maravilhosa.
"Até o erro mais irremediável é mil vezes melhor do que nunca tentar" - Grey's Anatomy

Beijocolates,
#V
P.S.: sobre a tensão sexual que rola no ar, passa com o tempo, prometo! Mas seja forte e resista, a Lei de Murphy só quer que tudo dê errado, hahaha.

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