segunda-feira, junho 3

Teste 084

Mãos inquietas e um ócio proveniente de mais uma dessas "viroses" me fizeram voltar a escrever. Por vezes, o Teste 083 ousou deixar de ser um rascunho, mas vou deixá-lo quieto por enquanto.
Fiquei muito chateada ao constatar que passo tanto tempo devaneando sobre amor, paixão e a percepção desses elementos nas nossas vidas. As coisas ficam meio monótonas quando não paramos de falar sobre um único tema, embora seja tão abrangente e oscilante. Então, sem pensar muito, vou tentar desviar o assunto de hoje.
"CONHECIDOS"

Catalogar pessoas não é tarefa fácil para muita gente (eu, na verdade, não sei se a informação procede, mas eu realmente espero que proceda; ainda tenho fé na humanidade!), mas é algo que nos é exigido constantemente.
"Quem é esse?": pergunta que gera muitas turbulências em relacionamentos entre terceiros. Às vezes, a relação é dada naturalmente, e não conta com qualquer título. Um dos envolvidos, ao ser questionado, prensará o outro em busca de respostas - e lá vem... Tanta pressão, tantas lágrimas e tanto chocolate desperdiçado! Mas por que, ao invés de sorrirmos e dizermos que é "alguém que me faz feliz" ou o que for, tentamos encaixar o perfil da pessoa em namorado, ficante, amigo colorido, marido, jardineiro...? Saindo de relacionamentos românticos.
As brigas predominantes da quarta-série foram em prol do "quem-é-melhor-amigo-de-quem". Discussão idiota, na minha opinião, mas talvez eu só pense assim porque demorei um bocado para responder e ninguém pronunciou meu nome na roda (não que eu seja menos maravilhosa por isso!); cria uma certa disputa entre as integrantes da patotinha - o que é bom, pela seleção natural - e todas passam a ser extremamente legais ou extremamente ridículas como vingança ou prestígio. Não sei como funciona entre os garotos. Talvez vocês simplesmente escolham o amigo favorito de vocês, como os vejo fazendo, e escanteie outros. É muito comum, nessa fase, um ser o "melhor" de muitos, então são formados grupinhos que giram em torno de seus representantes. Aqui se usa o "diga-me com quem andas que eu te direi quem és" - muito errado.
Se pararmos muito pra pensar em rótulos, as coisas vão ficar... metódicas demais. Imagine que você conheceu a pessoa mais fantástica de todos os tempos na semana passada e você se sentiu tão à vontade com ela e vocês combinaram de marcar uma saída e vocês conversaram sobre muitas coisas e você queria tanto chamá-la para assistir a uma peça incrível de teatro. E vai se conter porque "não tem tanta intimidade"?
Eu acho, sinceramente, que nós temos que ser meio porralouca, às vezes. Amizades começam com dois ou mais desconhecidos. Mas aí chega outro fator de importância: o local onde a amizade é estabelecida. Para muitas pessoas, é nesse momento em que o Determinismo faz total sentido. Eu, porém, vos digo: LARGUEM O COMODISMO! Estamos muito fixos no meio em que o encontro acontece; enxergamos cada um como se fosse apenas aquilo que nos está exposto.
Levante-se, vá até o espelho e olhe um pouco o seu reflexo, por favor.
Agora me conte: o que vê nele? O que pode me dizer sobre a pessoa refletida? Não, não quero reais respostas. Mas sua imagem não me diz muita coisa sobre você! Somos seres complexos, mutantes, compostos por verbos, atitudes. A pessoa que eu vejo quando olho na sua direção é distinta à que outra pessoa vê quando faz a mesma coisa. Se não ousarmos imaginar um pouco e extrapolar um pouco, o que nos resta? Encontrar colegas no colégio, no trabalho, na faculdade e nos limitar a conversas repetitivas sobre o chefe, os casais e os professores? Ah, me poupem! Convidem um grupo de conhecidos para sair, tenho certeza de que será agradável - se for de sua vontade. Cada um de nós, ao fundo, só quer ser feliz. Temos todos modos distintos de buscar a felicidade, mas o desejo de alegrar-se nos torna comuns e, se deixarmos um pouco de espaço para que o outro possa se expressar, veremos quão incríveis todos nós podemos ser.

Beijocolates,
#V


P.S.: Talvez não matutando sobre paixonites, mas ainda perdendo o foco de tudo kkkk