quarta-feira, julho 4

Teste 056

É verdade que eu acabo de voltar da Chapada Diamantina e, ao invés de tentar escrever sobre emoções, descobertas, Deus e paisagens, venho a vós preparar um milkshake de chocolate sobre o que mais agrada sua língua: a fala.

Você fala sem pensar, sem saber, sem gostar, você simplesmente fala, independente se pré-meditou aquilo ou não. No fim das contas, as palavras que jorraram por sua boca foram exatas, diretas e corretas, e não as trocaríamos por nada nesse mundo - ou talvez trocássemos.
As frases que brotam sem sutileza alguma ou ricas em suavidade desaguam em um mar de complexidades que nenhum acadêmico poderia integrar em um currículo: gestos, tons de voz, caras e bocas... É engraçado como lemos e computamos cada sorriso - e como podemos discerní-lo de todos os outros - sem sequer sabermos que estamos fazendo isso.
O interesse e a simpatia entre duas pessoas se dá, como já foi dito pelo meu professor de Física (e eu nem queria lembrar do colégio agora), por gestos espelhados - veja só eu e minha mãe: eu começo a contar uma história de quase morte e ela já está com o rosto agoniado e semelhante ao meu.
Quando você e alguém de quem você gosta muito - hmmm... - estão conversando, é normal que gesticulem de modo a aproximar-se ou que o contato visual seja duradouro, além dos movimentos serem dados como em uma sincronia que, se fosse ensaiada, não seria tão perfeita.
É engraçado pensar que mesmo o toque e a intensidade dele diferem cada contato - há mil modos de abraçar alguém, e podemos, com um pouco de esforço, entendê-los. É como sorrir! Um sorriso apaixonado e cauteloso não é diferente de um sorriso intencional e objetivo? Bem, eu acho. Quando sorriem falsa e forçosamente, não machuca? Mas quando sorriem verdadeiramente, o coração da gente até esquenta um tantinho...
Sem contentar-se, o ser humano inventa códigos, teatros, linguagens, poesia, música, Literatura; e expressa-se como uma dança ou um jogo, ambos os corpos conectados e completos, movendo-se e comunicando-se de um jeito próprio e belo.
Racionalizar a comunicação só faz utilizá-la mais e mais: telefonemas, sonhos, mensagens, olhares - ah, os olhares... -, mas o que quero dizer é que... não quero dizer. Apenas olhe para mim e sinta tudo o que está no estreito espaço entre nós.

"Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua, qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria em estar vivo" - Jota Quest

Beijocolates,
#V

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