quarta-feira, agosto 23

Essa coisa que tá acontecendo/vai acontecer

"E o que vai mudar?"
Mas que pergunta
Como posso dizer o que vai mudar
                                     (ou não)
Se nem sobre o passado tenho opinião

Dizem que vai ser bom
Então "é pra ser bom"?
Os momentos
Os sons
Os tons
           de fala

Os avisos e o pressuposto da imaturidade
(e a minha impressão de que estão enganados)
(e o constante sentimento de que estão enganados, mas será que estão?)

A viagem que busca o eu
Mas quanta expectativa depositada sobre uma oportunidade do acaso
Ou será que foi sorte?
Ou será que foi merecido?
E o que é merecimento?
Mais questionamentos

O poema que busca o eu
Mas que viés
O ponto de vista meu
Não se sobrepõe ao teu

É aquilo da realidade
Que na verdade é memória
E na real é impressão
Boatos que é ilusão
Eu gosto é de brincar sem me quebrar
Aí a gente cria o que dá

Mas as rimas pobres
E os versos curtos
Não representam bem o agora
Ou a inquietude misturada com paz
Nem sei mais

O potencial escondido a ser revelado
O potencial de quem? Meu?
Ou seria um conforto interno
Pra fingir que isso não distoa do resto da aplicação do dinheiro público
Que por acaso não foi roubado

E eu, tão fria, mas tão quente,
Jogando com a profundidade
Que fica à flor da pele
Pois dentro já não mais cabe
Ardente

E tão exposta que menosprezada
Tão evidente que mascarada
Quem acredita nessa profundidade rasa?

xu