Mas que pergunta
Como posso dizer o que vai mudar
(ou não)
Se nem sobre o passado tenho opinião
Dizem que vai ser bom
Então "é pra ser bom"?
Os momentos
Os sons
Os tons
de fala
Os avisos e o pressuposto da imaturidade
(e a minha impressão de que estão enganados)
(e o constante sentimento de que estão enganados, mas será que estão?)
A viagem que busca o eu
Mas quanta expectativa depositada sobre uma oportunidade do acaso
Ou será que foi sorte?
Ou será que foi merecido?
E o que é merecimento?
Mais questionamentos
O poema que busca o eu
Mas que viés
O ponto de vista meu
Não se sobrepõe ao teu
É aquilo da realidade
Que na verdade é memória
E na real é impressão
Boatos que é ilusão
Eu gosto é de brincar sem me quebrar
Aí a gente cria o que dá
Mas as rimas pobres
E os versos curtos
Não representam bem o agora
Ou a inquietude misturada com paz
Nem sei mais
O potencial escondido a ser revelado
O potencial de quem? Meu?
Ou seria um conforto interno
Pra fingir que isso não distoa do resto da aplicação do dinheiro público
Que por acaso não foi roubado
E eu, tão fria, mas tão quente,
Jogando com a profundidade
Que fica à flor da pele
Pois dentro já não mais cabe
Ardente
E tão exposta que menosprezada
Tão evidente que mascarada
Quem acredita nessa profundidade rasa?
xu