quarta-feira, julho 4

Teste 057

"Carpe diem" aconselhou-me meu irmão mais velho, quando eu sequer me preocupava com qualquer coisa. Pesquisando um pouco, o termo praxe que já teve maior ibope surgiu do epicurismo, corrente filosófica que empenhava-se em validar e valorizar cada momento singular da vida, por mais rotineiro que seja.
A busca pelo prazer cotidiano é bem aceita e tida como "interessante" por grande parte desta população mundial, apesar de serem poucos os que, de fato, procuram viver intensamente, dispostos a deixar-se à deriva, percorrendo os sinuosos caminhos que a vida lhes apresenta.
Há dezenas de livros, listas, filmes e frases sugerindo o que se deve fazer antes de morrer - o que você faria se hoje fosse o seu último dia em terra? Em geral se pensa que encarar uma morte tão próxima nos deve levar a ações extremas e radicais, como pular de para-quedas, transar com um desconhecido, gritar pela rua, declarar um amor antigo, entre outras coisas que, em sã consciência, jamais faríamos - "em sã", eu disse.
A ideia do "carpe diem" vem conjunta à de jamais confiar no amanhã, mas lhe estimula, apenas, a ser feliz nas mínimas coisas, como rir alto de uma piada sem graça ou mesmo comer sua sobremesa favorita.
Extrair o melhor de tudo sem receio por futuros arrependimentos é sorrir verdadeiramente a quem se ama; entregar-se a uma paixão improvável e por-se sob todos os riscos, sem se preocupar com nem um deles; deixar-se ser embalado pelo ritmo de cada dia e gargalhar com vontade ao flagrar-se dançando.
É fácil ser feliz, no fim das contas. Temos apenas que seguir, inadvertidamente, aquilo que nos arranca sorrisos, e sermos firmes perante os julgamentos dos desentendidos. Não há muito tempo, de fato, a ser gasto, apenas...

"Carpe diem, quam minimum credula postero" - Horácio

Beijocolates,
#V

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