segunda-feira, outubro 23

Até a saudade é tranquila

A tranquilidade perde poesia porque vem sem dor

Tal qual no samba,

A melancolia no verso evoca a beleza

A tristeza não é senhora coisa nenhuma

Não existe beleza maior

Do que a paz de um amor tranquilo

Com sabor de torta mordida (tomei liberdades, Cassia)

Entrelaçada em redes que eu não quero me soltar

Ou atraída por um ímã disfarçado de bochechas

Cuidado com as bochechas rosas!


Meu amor, pega cada pedaço de mim

Ou pega um dedinho só

Mesmo eu sendo do mundo

O mundo é teu

Zela por esse carinho

Invade minha família


-Xu




sexta-feira, fevereiro 24

Cada eu, carnaval

Cada (dia/conversa/evento/pessoa)

Cada me mexeu diferente

Cada precisou ser

Pra que eu fosse também

A impressão é que com cada eu vou descobrindo

Todas as eus que eu deixava de ser


O processo de voltar às origens

A busca pelos pedaços caídos no caminho

Busca inconsciente, mas constante

Até que acho (encontro ou penso?)

Descubro que o inconsciente está ativo


Eles e elas (ela, em especial)

Me acordando (literalmente ou figurativamente?)

Me espreguiçando

Me esfregando os olhos

Me deitando de novo

Afundando no travesseiro

Querendo passar o dia no colchão

No chão, no céu (ali mesmo)


Mas levanto e me renovo

Antiga

Lavada, completa


Foi carnaval

Mais do que a festa

O pré-pandemia dando as caras

O presságio da alegria de um ano inteiro

A coragem (coragem? Desejo, ânsia) de brincar

Os amores de quatro dias

O encanto

E glitter 

Glitter

Glitter

(até glitter comestível, juro)

Glitter no corpo inteiro

(brilhamos todos)

Mesmo depois do banho

(mesmo depois de dias)

E olhe que eu tomo banho direitinho

(mas eu gosto de brilhar)


Que ano que vem venha de novo, maior e melhor

sábado, fevereiro 18

quero te mimar profundamente


esse foi um tempo de muitas vivências
muitos encontros
na cidade

a princípio não sabia se conseguiria existir ali
y existi alis
plenamente

escrevo isso escutando o conde só brega, conde só pedrada
agora, os pássaros...
tempo passando
cachorro latindo
carros incessantes
a cidade mais parada
movimentação se sente em ondas, como o vento que corre, me bagunça
me atravessa?
mais ou menos...
sou mais ou menos poroso para a brisa que me percorre

tem sempre algum ruído
parei a música para sentir o silêncio
e aos poucos me dei conta de quão silencioso pode ser o ruído e quão ruidoso pode ser o silêncio
ou vice-versa

não estou confiante de que minhas palavras façam sentido ou interessem 
a quem quer que seja

mas a mim interessa muitíssimo que eu as escreva

"escrever com os olhos"

quero sorrir
te olhando nos olhos

te olhar é gostoso
tu olha e sustenta

me sinto hipnotizade pela tua existência

"escrever cartas de amor"

eu amo você e
amar você 
me enche de amor
para amar o mundo

amar é gostoso
escorre............

quis sentir o fogo nas bochechas
que sobe cada vez que você olha para mim
e sustenta olhar profundo, aberto

termino esse texto sentindo 
as bochechas ardendo e
o coração a pular no peito

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>vique