sábado, janeiro 14

Teste 021

A noite cai, eu sinto frio.
"Frio" - essa coisa que eu, enquanto nordestina, não sei bem o que é.
"Frio" - esse termo que eu uso para nomear a ausência do calor de seus braços.
Eu sinto falta do gosto de sua boca, e confesso que, às vezes, quando me deito em minha cama e fecho os olhos, os momentos que passamos juntos vêm todos à tona e assolam minha mente. Dominam minha cabeça, tomam meu espaço e invadem meus sonhos.
Dizer que esqueci do que houve entre nós sou eu mesma tentando me convencer disso. Mas quem sou eu para ocultar as borboletas que voam livremente por meu estômago cada vez que você sorri, cada vez que chama meu nome, cada vez que me abraça; ou para ocultar as bochechas que queimam sempre que me fala alguma verdade amável e sigilosa que eu pensei que fosse um segredo só meu?
Tenho saudades também do tempo em que éramos inconsequentes e ríamos sem parar sequer para respirar; do jeito como só você consegue estar eternamente com os cabelos completamente desgrenhados; da aflição que eu sentia sempre que me abraçava por trás para me assustar; das piadinhas sem graça que fazia com a situação.
As vezes em que me lançou aquele sorriso torto, ou mesmo quando simplesmente segurou nossas mãos: seria tão errado assim ainda gostar de você? Porque, por mais que eu tente fazer de você alguém respeitável e certo, ainda assim...

"Estranho é gostar tanto do seu All Star azul" - Cássia Éller

beijocolates,
#V

Nenhum comentário:

Postar um comentário