sexta-feira, agosto 30

Teste 093

"Às vezes você conhece uma pessoa maravilhosa, mas apenas por um rápido instante. Talvez em férias, num trem ou até numa fila de ônibus. E essa pessoa toca sua vida por um instante mas de uma maneira especial. E, em vez de lamentar o fato de ela não poder ficar com você por mais tempo ou por você não ter a oportunidade de conhecê-la melhor, não é mais sensato ficar satisfeito por ter chegado a conhecê-la um dia?" - Marian Keyes

A DITADURA DA RAZÃO

Um calor que se estende por todo o corpo - o rosto parece estar em chamas. Hesitamos e nos pomos a ponderar: faço? não faço? e sequer ousamos dar um primeiro ou segundo passo.
Não entendo por que temos tanto medo dos outros.
É um tanto difícil enxergar que somos todos iguais. Quero dizer: eu penso, discuto, temo, imagino, sonho e tenho meus motivos para tudo isso, mas só conheço o superficial do que é alheio a meus dilemas pessoais. O rosto visto sem uso de espelho é vago - as atitudes, os modos de ser, são pouco conhecidos por nós. Funcionamos de modo particular, e entendemos nosso próprio mecanismo, mas o outro? O outro nos é desconhecido. Cada um tem seus sonhos e razões, medos e dilemas - e precisa de compreensão. Uma era de individualismo exacerbado talvez nos cegue um pouco a isso tudo - o que é uma pena, pois, enquanto seres sociais e mutantes, precisamos do contato com o outro, principalmente com aqueles que não pensam como nós. Nos apegamos muito ao comodismo, aos mesmos amigos de sempre, às pessoas que não ofendem nossos princípios - mas o que demais há nisso? É muito fácil ouvir e curtir as mesmas músicas que nosso círculo, mas crescemos tão mais ao provar do desconhecido e prejulgado!
Temos muito receio em falar com estranhos, e por estranho me refiro àquela pessoa que está sozinha, com o olhar perdido, provavelmente tão desconfortável quanto nós estaríamos em sua situação. É um qualquer, como qualquer um de nós - e não nos arriscamos por quê?
Humanos não mordem, geralmente.
Ei, racionalismo, dá um tempo! Se a gente perder tempo por medo, o momento passa e, quando a coragem vem, já é tarde demais. Deixa... acontecer.

IMPULSÃO À FELICIDADE

É muito mais divertido agir imprudentemente, sem calcular o que falar, sem esperar o nervosismo passar.
Qualquer assunto é assunto - jamais haverá "nada" a ser dito, pois mesmo o nada pode ser discutido. As pessoas são seres pensantes e incríveis. Experimente falar com aquela com quem sempre quis conversar e entenderá o que estou falando: o primeiro contato é excitante, o momento de descoberta. Todos têm um potencial verdadeiramente extraordinário.
Engaje em uma conversa que dure dois minutos ou duas horas e já estará mais rico em espírito. Sempre nos surpreendemos com o encontro de mundos particulares -  e como não? Entre tantos indivíduos que passam por nossas vidas com a riqueza de um "bom dia", haverão também aqueles que farão culminar um aceno breve em relação firme, seja ela de qual gênero for.
Se abra ao impulso, ao desejo primário de se comunicar verbalmente, e verá quão bom, libertador e construtivo poderá ser algo que começou com um simples "olá". A imprudência, em medida certa, nos encaminha ao que nos é, factualmente, agradável.
7,2 bilhões de pessoas ocupam o planeta Terra; são 7,2 bilhões de mundos a serem explorados. É provável que nunca consigamos investigar um a um, mas por que não tentar? 

Beijocolates,
#V

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