segunda-feira, setembro 29

Aquela necessidade


Caridade, voluntariados, envolvimentos com política e ativismos, alguns criando bandas, conquistando medalhas, viajando em projetos de desenvolvimento humano e até ficando em casa em projetos de desenvolvimento humano. Tem amigos vendendo suas criações, começando a ter uma perspectiva de vida adulta e é tudo bastante admirável, mas o que exatamente nos levou a essa mentalidade?
Quando estamos crescendo, fazemos varias coisas sem nos preocupar muito com o futuro. Por que nos preocuparíamos? A morte é uma coisa muito distante pra uma criança (pelo menos na realidade na qual fui criada). Em suas cabeças, crianças são imortais (e deveriam ser). Mas vamos crescendo e percebendo que não é bem assim... A vida é extremamente frágil e os planos sempre podem mudar, tudo é produto das condições. Visto isso, percebemos também que a qualquer momento podemos morrer, e a morte não é exatamente atrativa quando se percebe que não realizou nenhuma grande coisa na vida até então. Disso, surge a necessidade de fazer a diferença, de cativar pessoas e ser eternizado em memórias, discursos, citações, feitos e etc., qualquer coisa, realmente, que tenha um impacto nas pessoas ou até, pros mais influentes, no mundo.
Essa historia toda de fazer a diferença pode, se aplicada na direção certa, impulsionar o mundo pra frente. Ela faz as pessoas terem novas ideias, fazerem caridade, solucionarem problemas e/ou buscarem fazer o certo. Eu acho que posso dizer que estou começando, agora que acabou o colégio, a perceber isso nas pessoas que me cercam.
Se a natureza não impõe essa necessidade sobre algumas pessoas, sempre podemos contar com os discursos inspiradores de figuras como Gandhi, com seu "seja a mudança que você quer ver no mundo" ou Steve Jobs, com aquele discurso no qual disse "lembrar que eu vou morrer é a ferramenta mais importante que eu já encontrei pra me ajudar a fazer as grandes escolhas da vida" e várias outras pessoas que tenho certeza que devem ter saltado às mentes de quem me lê. Além, claro, daquela vez que você tava conversando com aquele seu amigo bem prafrentex e ele falou uma coisa do gênero também. Afinal, não precisa ser uma personalidade famosa pra ter uma mente brilhante.
Na verdade, não é preciso fazer nada de excepcional, muitas outras pessoas já devem ter feito aquilo que você tem em mente, mas o que importa é que o faça com um toque pessoal, algo que te identifique, que assine seu nome e naquele ato registre um traço da sua personalidade. O importante é não se omitir. Vemos tantas pessoas que evitam abrir a boca ou mexer um dedo com medo de críticas e reprovações, mas celebrando aqueles que o fazem, mas, no fim, a participação ativa em causas válidas contribui não só para o crescimento individual como pra o de toda a sociedade direta e indiretamente afetada pelo efeito borboleta de cada ideia posta em prática.
Acho que todos temos uma certa admiração e, no fundo, queremos ser Zumbi liderando ex-escravos aos quilombos, queremos ser Gandhi em greve de fome contra os ingleses, queremos ser Chico Buarque escrevendo músicas com mensagens inteligentes, queremos ser nós mesmos fazendo algo que nos faça ter certeza de que não foi tempo perdido. Somos tão jovens.

"tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé"
- Antoine de Saint-Exupèry
(tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas)

J

2 comentários:

  1. Lindo, Xu!!! Queremos nos tornar imortais - e que melhor maneira de se fazer isso, se não sorrindo por um bem maior?

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