Dramas

Esse terceiro capítulo é 95% baseado no dia lindo que faz lá fora e em minhas primoides lindas que estão aqui hoje. Os outros 5% tentam se conformar em dar continuidade a uma história triste.

UM DIA FRIO

  Aquela garotinha precisava entender a mínima diferença de um sonho e de uma realidade, e cresceu buscando isso, afinal, quem tem noção do que é ou não é real? Tantos têm essa dúvidas que há centenas de livros, filmes e roteiros, todos tentando separar o ir-real. Mas ainda estamos todos assim, vivendo o constante que chamamos de realidade, com algumas apnéias que nomeamos de sonho.

  Ela entendeu isso, e superou, guardando apenas para si todas suas conclusões, pois sabia que ninguém mais entenderia. Ela mesma jamais entenderia, se alguém tentasse explicar para si, jamais ouviria.

  No dia seguinte àquele, com seu pai, pediu desculpas a sua futura madrasta, e conviveu com os dois de uma forma tão natural como qualquer garota tímida agiria. Quando voltou à casa de sua mãe, abraçou-lhe, sem hesitar. Sabia que só seus pais entendiam que um simples gesto como aquele queria dizer "eu te amo".

  Aquela menina cresceu, tornou-se uma adolescente comum, mas que portava, dentro de si, os maiores conhecimentos que a humanidade poderia adquirir. Talvez soubesse que deveria compartilhar tudo aquilo com o mundo, afinal, era o que todos deviam saber quando descobriam algo importante, como a matemática ou a lâmpada; mas sabia que ninguém daria o mesmo valor aos sonhos como dão às coisas físicas, concretas, palpáveis.
  Ela ouve o que dizem a respeito e debate, apenas sorrindo quando sabe que certas coisas estão ridiculamente erradas. Mas quem seria ela para julgar? Ela sabe que a mente de cada um tem sua própria interpretação e que nada pode ser entendido se for generalizado. Cada um é um, e todo indivíduo tem seus julgamentos; porém, foi ela quem sentiu o que sentiu, descobriu e interpretou, à sua maneira, como as coisas eram.
  De repente, era novamente uma garota feliz, que sorria, ouvindo a tia cantarolar enquanto fazia o almoço.

The End

#V