segunda-feira, abril 13

Interrupções

Na sala com o violão
Sem cerimônias
Em outros dias já houve cerimônias, mas não mais
Começo

Tímida, quero que todos ouçam
Que ninguém se incomode
Talvez não tão tímida assim, o corpo se empolga
E batendo nas cordas tento acompanhar com o pé
A cabeça vai junto
E o outro pé
Pareço um macaquinho comemorando a música
Uma macaquinha
Tanto faz

Mainha senta no sofá e assiste vídeos no celular
Som alto, hein
"Respira, deixa pra lá", pra mim mesma
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Interrompo a letra da música pra responder, e volto

Jonny passa, late
Isso é o de menos
Se você ouvir minhas tentativas de gravar uma musica, 90% delas tem um latido no meio
E carros passando
Eu nem reparo mais
Acho poético
Nem paro

Um assobio de uma melodia
Claro que não é a mesma musica que toco
Ou Matheus ou painho indo na cozinha
Pausou o jogo ou o filme, penso
Me faz levantar a cabeça pra ver quem foi
E volto

Interrupções
Nunca bem vindas, mas às vezes
Apreciadas
É a vida que acontece mesmo quando sua atenção quer parar

Como disse minha professora de yoga
- De que adianta se incomodar com os sons que não se pode controlar?
Só que ela falou em francês
Não lembro da frase, só da ideia
Não era inverno

Talvez eu goste de controlar o som do violão, et ça me suffit

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